Além do dever de voto secreto, universal e impessoal, que estão prescritos em nossa Carta Magna, a Constituição Federal de 1988, a maioria da sociedade brasileira poderia usar do dever da lembrança como um método educativo e reflexivo para escapar das freqüentes armadilhas políticas. Em meio a boatos e fatos concretos exibidos na mídia, a sociedade se perde perante tantas notícias ruins, sem esquecer que estamos sempre em dificuldades no dia-a-dia, no trabalho, nas escolas.
Em todos os meios de comunicação surgem matérias mostrando a conduta de políticos que desapontam até mesmo suas próprias convicções. E o povo brasileiro, nós, simplesmente votamos? Será que temos a competência de expulsar um político da política? O que um político faz quando não dá voz ao seu povo? É impressionante ver a cena de um parlamentar que foi afastado há muito tempo por algum motivo torpe retornar à Casa como se nada tivesse acontecido. Mas eles se enganam. A sociedade pode até esquecer, mas a mídia nunca. Às vezes pode até calar, mas nunca deixa de informar e revelar a veracidade.
Por isso é que muitos deles não simpatizam com diversos meios de comunicação pelo motivo de sermos ‘estraga prazer’’. O analfabeto, que não assiste à televisão, não lê jornal e não tem opinião própria, é o mais procurado dentre a numerosa massa eleitoreira. Ele não entende o que significa ‘reputação ilibada’’. Devemos lembrar que somos cidadãos titulares, ou seja, nós damos a capacidade de governar aos políticos. E, às vezes, eles se esquecem disso.
A sociedade acostumada
Se a imprensa um dia acabar, quem vai nos lembrar e alertar?
Nós também temos o dever da lembrança, mas não utilizamos. Nascemos com a capacidade suficiente para pensarmos e refletirmos sobre diversos assuntos, mas não valorizamos essa essência.
Apenas uma pequena parcela da massa, os estudiosos, jornalistas, articulistas, pensadores, filósofos, sociólogos, enfim, continua incessantemente a refletir, a estudar e a impactar essa sociedade acostumada.
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Jornalista, Manaus, AM