Em adendo ao texto anterior, onde procuro analisar a tese do FNDC de que há um ‘espírito democrático’ na Confecom [ver aqui], volto ao assunto, trazendo, como sequência, documento emitido pelo Coletivo Intervozes de Comunicação:
‘Para o dia 8 de outubro foi agendada reunião com vistas a aprovar resolução que definiria as regras para a realização das Conferências Estaduais, contendo diretrizes para os procedimentos de inscrição, credenciamento, debate, votação de propostas e eleição de delegados à etapa nacional. O encontro foi cancelado sem justificativa. Nessa terça-feira, 13 de outubro, o presidente da Comissão Organizadora e consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, comunicou aos membros da instância novo cancelamento, anunciando que o próximo encontro acontecerá apenas no dia 20 de outubro, agora novamente com a presença dos três ministros responsáveis’ [ver aqui].
Minhas mais efusivas congratulações a esta iniciativa do Coletivo Intervozes de Comunicação, que não se furta em demonstrar que o tal ‘espírito democrático’, no qual o FNDC deposita sua fé, é uma falácia.
Como pode existir o imaginário ‘espírito democrático’ numa comissão dominada por um governo, e este, por sua vez, dominado, tanto pelos empresários da mídia, quanto pelos grandes capitalistas de uma maneira geral, os quais financiaram sua campanha e, agora, a impedem de se reunir para cumprir seu dever?
A autodecantada imparcialidade
Conclamo todos a transformar este documento em um abaixo-assinado, a ser referendado individualmente, por organizações formais ou informais e pelas Comissões Estaduais e Nacional Pró-Confecom, do qual eu quero ser o primeiro, após os autores.
Tomo a liberdade de repetir parte de meu texto anterior:
O único espírito que consigo perceber baixando nas raras sessões realizadas no centro da Confecom é o do Roberto Marinho! O mesmo espírito que encarnava sua viúva, quando disse que o ignóbil falecido colocou Collor no poder e o retirou quando quis…
‘`O Roberto colocou ele (Fernando Collor de Mello, na presidência) e depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou.´ Em poucas palavras, a rica viúva pôs por terra a autodecantada imparcialidade do jornalismo global. Vão ser necessários muitos outros livros para explicar que não foi bem isso o que ela quis dizer’ [Laurindo Lalo Leal Filho; ver aqui]
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Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos direitos humanos