Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, comemora sua rápida transformação em referência cultural e ponto de atração para empresas de mídia internacionais. Na semana passada, uma série de companhias americanas e britânicas anunciaram a abertura de escritórios na cidade, em um local, ainda em construção, batizado de Zona de Mídia Abu Dhabi, idealizado pelo governo justamente para abrigar organizações de mídia estrangeiras. Dentre elas estão as emissoras CNN e BBC, as editoras HarperCollins e Random House, o jornal Financial Times e o braço filantrópico da Thomson Reuters, a Thomson Reuters Foundation.
O centro de mídia, com área de 200 mil metros quadrados, irá unir organizações de mídia ocidentais com o financiamento dos chamados ‘petrodólares’, dinheiro do petróleo do Oriente Médio. O espaço irá oferecer programas de treinamento para jornalistas e cinegrafistas da região e também será base para que empresas ocidentais façam negócios. Ao mesmo tempo, ajudará o governo de Abu Dhabi a alcançar seu objetivo de se tornar um centro cultural no Oriente Médio. ‘Há certamente um mercado de oportunidades aqui. Esta região tem um histórico de crescimento’, afirma Wayne Borg, ex-executivo da Universal Studios que administra a novo centro.
Investimento
Este é o terceiro maior investimento em mídia feito em Abu Dhabi nos últimos anos. Outro braço do governo, a Abu Dhabi Media Company, fez um acordo de US$ 1 bilhão com a Warner Brothers, em 2007, para a produção de filmes e jogos. Recentemente, a empresa anunciou que gastará mais US$ 1 bilhão em um projeto de produção cinematográfica em língua inglesa.
A CNN planeja deslocar 30 membros de sua equipe para a cidade e transmitir, via sua emissora internacional, um noticiário diário direto da capital. Depois de Londres, Hong Kong e Cidade do México, Abu Dhabi passa a ser o quarto maior posto internacional da rede americana. ‘Organizações de mídia, por diversas razões, têm cortado custos’, afirma Jim Walton, presidente da CNN Worldwide. ‘Nós acreditamos que é crucial investir [neste momento]. Este é um investimento considerável para nós’. A HarperCollins decidiu investir no local devido ao crescimento das vendas de livros em inglês no Oriente Médio. Para Eric Crum, porta-voz da editora, a idéia ‘é explorar o potencial da área e estreitar relações’. Informações de Tim Arango [The New York Times, 13/10/08].