Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Agência multada por imagens de protesto

A agência egípcia Cairo News Company (CNC), que fornece equipamento e serviços de transmissão para emissoras que atuam no Egito, foi multada em US$ 27 mil por ‘operar equipamento sem licença’. O governo abriu ação contra Nader Gohar, presidente da agência, depois que a emissora al-Jazira, do Catar, exibiu imagens de manifestantes rasgando um retrato do presidente Hosni Mubarak. A CNC presta serviços para a al-Jazira.

Segundo Gohar, a sentença funciona como um alerta para outras companhias de mídia no Egito. ‘Somos a maior empresa em nossa área. Quando nos atingem, os outros irão se comportar’, afirma. Ele diz que já perdeu 70% de seus negócios por limitações impostas pelo governo. ‘Vejo isso como uma estupidez. Quanto mais liberdade nos derem, melhor será a imagem do governo. Hoje, a imagem do governo é muito ruim’.

Intimidação

Jornalistas egípcios sofrem com ações de intimidação governamental. A censura cresce no país, e a imprensa se sente cada vez mais impotente para cobrir temas controversos, como um incêndio no parlamento e o assassinato brutal de uma cantora libanesa, ocorridos nos últimos meses. Em setembro, um tribunal no Cairo havia condenado a dois meses de prisão o editor Ibrahim Eissa, que havia escrito uma série de matérias questionando a saúde do presidente Hosni Mubarak. Este mês, Mubarak ‘perdoou’ o jornalista – em uma tentativa, segundo a agência de notícias Mena, de ‘promover a idéia de mídia livre’ no país. Informações de Hadeel Alshalchi [Associated Press, 27/10/08].