Quatro jornalistas foram homenageadas, na semana passada, pela Fundação Internacional de Mulheres na Mídia, em Nova York. Aye Aye Win, correspondente da Associated Press em Mianmar; Farida Nekzad, chefe de redação da agência de notícias Pajhwok no Afeganistão; e a repórter investigativa de Chipre Sevgul Uludag, do jornal Yeniduzen, receberam o prêmio ‘Coragem no Jornalismo’ por seu trabalho em situações difíceis e arriscadas.
Aye Aye Win não pôde comparecer à cerimônia por medo de que sua família ficasse em perigo se ela deixasse Mianmar. John Daniszewski, editor internacional da AP, leu uma declaração escrita por ela. ‘Uma batida no portão à meia-noite traumatiza nossas vidas, mas acredito que jornalistas têm que aceitar alguns riscos se tiverem que desafiar quem quer silenciá-los’, dizia um trecho do texto. Sevgul Uludag descreveu as ameaças de morte, violência e pressões que sofreu ao cobrir os conflitos entre gregos e turcos em 1974. Farida Nekzad contou sobre as ameaças que sofreu do Talibã, dos senhores da guerra e do governo, mas se disse disposta a continuar a lutar pela liberdade de imprensa e por direitos iguais para homens e mulheres em seu país.
A jornalista americana Edith Lederer, correspondente-chefe da AP nas Nações Unidas, recebeu a premiação Lifetime Achievement (prêmio pelo ‘conjunto da obra’). Por mais de três décadas, Edith, hoje com 65 anos, cobriu guerras e outros eventos mundiais para a agência de notícias. Em seu discurso, a repórter veterana enfatizou as mudanças que afetaram o trabalho jornalístico nas últimas décadas, com a diminuição de destaque para eventos mundiais em jornais e emissoras de TV. ‘O jornalismo de celebridades domina a mídia atualmente e o espaço para notícias internacionais diminuiu’, analisou, para questionar, ‘Como os jovens americanos irão competir neste mundo interconectado?’. Informações de Richard Pyle [AP, 21/10/08].