Em 17 de abril, três entidades judaicas divulgaram uma nota a respeito das notícias publicadas sobre a indicação do médico Nelson Teich para o Ministério da Saúde. Segue a íntegra:
O último dia 16 de abril foi um dia difícil para os brasileiros. Durante uma pandemia mortal, o Governo Federal decidiu, por questões políticas, trocar o Ministro da Saúde. Fomos testemunhas da disputa entre ciência e posições obscurantistas.
Logo após a posse do novo Ministro, começaram a pipocar notícias, em vários órgãos de imprensa, sobre uma suposta relação entre a comunidade judaica e a sua escolha. Para reforçar os argumentos, alguns meios de comunicação chegaram a dizer que ele é judeu. Isso não é verdade, mas o ponto central é outro: o que levaria a crer na existência de uma comunidade judaica monolítica? Os milhares de judeus e judias que se opuseram à eleição de Jair Bolsonaro e seguem se opondo às suas decisões não existem?
Não há uma posição única da comunidade judaica sobre esse governo. Os judeus brasileiros são múltiplos e diversos. A comunidade judaica é plural. As matérias que insinuam a existência de um “apoio” ou “respaldo” na escolha do ministro revelam, além de ignorância, preconceito e antissemitismo.
Lamentamos e repudiamos essas generalizações. Mas não apenas: nos comprometemos a lutar contra o antissemitismo, bem como contra todas as outras formas de discriminação.
Instituto Brasil-Israel
Judeus Pela Democracia-RJ
Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil “Henry Sobel”