Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Emissoras se preparam para noite decisiva

Nas duas últimas eleições presidenciais americanas, em 2000 e 2004, muitos eleitores foram dormir sem ter idéia do vencedor. Para quem ficou acordado até tarde, houve muita discussão e análise nas emissoras televisivas. O pleito de 2008 promete ser diferente. Com a liderança consistente de Barack Obama nas pesquisas, executivos de TV esperam poder anunciar o nome do democrata como vencedor da disputa ainda na noite de terça-feira (4/11), quando ocorre a votação. E vêem a provável situação como um desafio: terão que se desdobrar para manter a atenção dos telespectadores até de madrugada, quando sair o resultado oficial.


Especialistas dizem que, se, como previsto, Obama conseguir abocanhar estados críticos como Virgínia, Flórida, Ohio e Indiana – nos quais a apuração se encerra às oito horas da noite –, estará mais próximo à Casa Branca, antes mesmo de serem contabilizados todos os votos nos estados da parte leste do país. ‘Se Obama vencer nestes estados mais cedo, significa uma maioria esmagadora de votos para um só partido em eleições’, avalia o analista de mídia independente Andrew Tyndall. Para vencer, um candidato tem que obter no mínimo 270 dos 538 votos do colégio eleitoral.


Atenção redobrada


Para não repetir experiências desastrosas dos últimos anos, com especulações que se provaram erradas, as TVs também prometem ter cuidado extra com a precisão das informações. Em 2004, as análises apostavam no democrata John Kerry, que acabou perdendo para George W. Bush; em 2000, o mesmo ocorreu com o democrata Al Gore, também derrotado por Bush. Neste ano, a eleição foi decidida pela Suprema Corte. Na ocasião, o republicano ganhou menos votos populares que o democrata, porém teve mais votos no colégio eleitoral.


‘Não há pressa para projetar o vencedor’, afirma Sam Feist, diretor político da CNN, avaliando que o grande registro de eleitores jovens, negros e de primeira viagem pode mudar padrões anteriores de votação. Nos EUA, o voto não é obrigatório. ‘Só vamos fazer alguma projeção se as margens forem grandes o suficiente para nos deixar confortáveis em afirmar algo’, promete o vice-presidente da ABC News, Jeffrey Schneider. ‘Nosso desejo é fornecer informações precisas, e não necessariamente ser os primeiros [a fornecê-las]’. Informações de Steve Goram [Reuters, 29/10/08].