‘Diferentemente do que informava o post ‘Publicidade na home page’, a publicidade estática da atual home page do UOL ocupa 27% da página (e não 25,1%). A área editável ocupa 51% (e não 55,7%). A antiga home page tinha 39% da área dedicada à publicidade (e não 45%). E 30% da área era dedicada ao conteúdo (e não 32,6%). O texto do post foi corrigido.
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Publicidade na home page (23/10/08)
post corrigido em 24/10/2008 (17h15)
Há muitos aspectos interessantes e novos para comentar sobre o novo estilo da home page do UOL.
Mais de 3 mil mensagens foram colocadas no Grupo de Discussão aberto para comentar o layout, que entrou no ar no último dia 15 de outubro.
A ombudsman recebeu também muitas comunicações sobre o assunto na última semana.
Leitores como Hélcio parabenizaram o novo desenho: ‘Impecável!!!! Nada a reclamar, só a agradecer pela qualidade que me acompanha há tantos e tantos anos’.
O internauta Sergio elogiou a parte superior da página: ‘Muito bem colocados os vídeos’, escreveu, em mensagem para a ombudsman.
Em muitos dos e-mails porém, notei, com surpresa, que os internautas apontam aumento do espaço para a publicidade na home page:
‘Que nova página é essa? Aumentou vergonhosamente a área de publicidade!!!! Quase não há espaço para informação’, escreveu José Guilherme.
No Grupo de Discussão, Eduardo, de São Paulo, afirma: ‘quase metade da tela para propagandas que poderiam dar lugar a notícias! É ridículo! Se eu quisesse
comprar algo iria aos classificados, mas não, temos que conviver com essa invasão!’.
‘Eu me senti espremida em metade da tela com um campo absurdamente gigantesco do lado esquerdo só para anúncios!’, escreveu a internauta Nelma.
Conforme se pode ver na imagem abaixo, aumentaram os espaços dedicados ao conteúdo e aos novos tópicos de navegação.
No total, a área da página cresceu 44% em relação ao modelo que estava no ar no dia 14 de outubro.
A publicidade estática ocupa, no momento, 27% da página, e ocupava 39% (em rosa).
O conteúdo editável ocupa 51% da área no novo modelo, e ocupava 30% antes da mudança (em amarelo).
Também cresceram as áreas de menus, com a inserção de imagens com links fixos para serviços e um bloco que dá acesso às páginas de times de futebol (na versão atual, em branco).
Uma chave para esta diferença – a percepção do público de aumento da publicidade X o movimento de aumento da área destinada ao conteúdo – pode estar na supressão das cores, que demarcavam áreas, principalmente o menu da esquerda. No Grupo de Discussão, há muitas críticas ao uso do fundo branco.
Para o internauta Marcos, ‘a página está sobrecarregada de propagandas. Fica muito ruim visualmente pois algumas fotos de produtos chamam mais a atenção do que a notícia exibida ao lado’.
O leitor Walter vai na mesma linha: ‘agora está parecendo lista telefônica (…) a coluna do lado com os links para bate-papo e tudo o que o site oferece antes tinha importância, bem demarcada, agora fica parecendo que foi jogada’.
A Redação informou, no texto publicado no dia 15, explicando as mudanças de layout, que uma nova mudança está sendo preparada para 2009 e nela a divisão de espaço entre logotipo e botões fixos, área editorial e espaço publicitário será alterada.
Analisar em detalhes as mensagens e procurar entender a percepção dos internautas será de grande ajuda para o novo projeto.
Sobre o assunto, leia também post publicado em agosto de 2007, por Tereza Rangel
Pesquisa eleitoral
post atualizado em 24/10/08 (17h)
No dia 15 de outubro, o UOL noticiou pesquisa Ibope sobre o segundo turno das eleições em São Paulo.
A pesquisa havia sido feita entre os dias 13 e 14 de outubro, com 1.204 pessoas.
A margem de erro é de três pontos percentuais.
Gilberto Kassab (DEM) liderava as intenções de voto, com 51%. Marta Suplicy (PT) tinha 39%. Os votos brancos ou nulos somavam 6%. 4% declararam não saber em quem votar.
Em votos válidos (contagem que não inclui brancos e nulos), Kassab tinha 56% e Marta, 44%.
Kassab (DEM) tinha, portanto, 12 pontos percentuais a mais que Marta Suplicy (PT), em ‘votos válidos’.
UOL Notícias, em texto publicado as 6h52, deu o seguinte título: ‘Kassab tem 12 pontos de vantagem sobre Marta, diz Ibope’.
A notícia chegou à home page do UOL com outro enunciado. ‘Kassab abre 12 pontos sobre Marta, diz Ibope’.
Muitos leitores apontaram o que consideraram erro:
‘O termo ‘abrir’ é mais que incorreto. Pesquisa Datafolha para o segundo turno mostrava Kassab 17 pontos à frente de Marta na intenção de votos.
Ora, se uma semana depois, mesmo que em outro instituto de pesquisa, a vantagem do candidato cai em relação à candidata, o termo induz a outra leitura, que diminui a importância de uma questão que, a essa altura, é importantíssima para as eleições: o movimento das intenções de voto.
Se Marta estava mais atrás e agora passa a recuperar ou ganhar votos em relação a Kassab, essa é a notícia’, disse Aline, em mensagem para a ombudsman.
O internauta Kleber argumentou na mesma linha:
‘Se pelo último Datafolha Kassab estava 17 pontos à frente de Marta em São Paulo, por que 12 pontos de diferença no Ibope, dias depois da pesquisa do Datafolha, significa que Kassab ABRE 12 pontos sobre Marta?
Mesmo sabendo que são pesquisas de institutos diferentes, é senso comum que os 12 pontos de diferença significam uma margem menor de vantagem para o pefelista do que se poderia imaginar.
Dessa forma, a chamada do UOL (6h e 52min de 15/10 – KASSAB ABRE 12 PONTOS…) parece-me dissociada do fato noticiado.’
Enviei à Redação várias mensagens sobre o tema, nos dias subsequentes, e pedi comentário.
Alexandre Gimenez, gerente geral responsável pela home page, enviou sua argumentação, explicando o porquê do título:
‘A pequisa que o UOL destacou em sua na home page no dia 15 de outubro foi a primeira divulgada pelo Ibope para o segundo turno das eleições paulistanas.
O termo ‘abre’ foi usado para comparar esse resultado com a votação do primeiro turno, quando a vantagem do candidato do DEM sobre a ex-prefeita do PT foi de um ponto percentual.
A pesquisa que apontava 17 pontos entre Gilberto Kassab e Marta Suplicy, citada pelos internautas, foi feita pelo Datafolha, que usa metodologia diferente da metolodogia do Ibope’.
A argumentação está correta sobre a razão de não comparar os resultados das pesquisas. Mas considero erro o uso do termo ‘abre’ naquela situação.
Ele é comparativo e, da mesma forma como não se deve comparar os resultados das pesquisas que têm metodologias diferentes, não se deve comparar evolutivamente o resultado da pesquisa Ibope com os resultados das urnas, pois o panorama é diferente.
No primeiro turno, havia 11 candidatos. Na pesquisa, claro, há dois.
O termo só deveria ser usado na comparação entre pesquisas com a mesma metodologia, com os mesmos candidatos e feitas em diferentes momentos.
A Redação admitiu o erro e publicou uma errata sobre o assunto.’