A rede de TV americana CNN enviou carta a diversos editores de jornais com um convite para um encontro, em dezembro, para a apresentação de um novo serviço de notícias pago. O CNN Wire, explica a rede na mensagem, irá ‘fornecer matérias de interesse de seu jornal e dos leitores online – notícias de última hora, nacionais, internacionais e de economia, entre outras’.
‘Estamos conversando com vários grupos de jornais, pequenos e grandes, sobre este projeto’, explica Joe Middelburg, vice-presidente de vendas e parcerias da CNN Newsource Sales. ‘Como a maior parte das grandes organizações de notícias, a CNN tem seu serviço de notícias interno para fornecer conteúdo original sobre fatos mundiais. Com uma equipe de 3,8 mil pessoas, 22 escritórios em todo o mundo, 15 escritórios domésticos, 900 afiliadas de TV na América do Norte, um sítio e uma rede de rádio, somos capazes de manter um fluxo forte de matérias minuto a minuto. Agora, acreditamos ter a base para oferecer este serviço a outras organizações de notícias’.
Os editores que aceitarem o convite viajarão para Atlanta com todas as despesas pagas. Lá, irão conhecer a expertise da CNN na cobertura de notícias e como ela poderá ser útil para outros jornais e páginas de internet. A idéia é que estes profissionais deixem suas impressões e sugestões sobre a iniciativa. Dentre os que devem aceitar o convite estão Martin Dunn, editor-chefe e vice-publisher do Daily News em Nova York. ‘Acho que é uma idéia muito interessante. Como todos os jornais, queremos manter nossas opções abertas’, avalia.
Período delicado para a AP
O anúncio da CNN não é nada bom para a Associated Press. A tradicional agência de notícias enfrenta um período de críticas e mudanças, com a nova estrutura de taxas que passaria a valer em 2009 e que gerou reclamações e desistências de jornais. A Tribune é uma das empresas que decidiu por cancelar o serviço da AP em nove jornais, incluindo o Los Angeles Times e o Chicago Tribune. Pelo contrato com a agência, desistências devem ser anunciadas com dois anos de antecedência.
Desde o começo de 2008, jornais em diversos estados, incluindo Idaho e Ohio, lançaram programas de compartilhamento de conteúdo, e editores de vários diários de Nova York planejam criar algo semelhante em breve. Em resposta, na semana passada, a AP anunciou que iria reduzir as taxas sob a nova estrutura, o que acrescentaria mais US$ 9 milhões aos US$ 21 milhões de economia prometida aos jornais-membros. Além disso, a agência iria fornecer conteúdo em texto, independente do pacote de serviços escolhido pelos membros, e ainda poderia eliminar o requisito de anunciar o cancelamento do serviço com dois anos de antecedência. ‘Entendemos que há muitos jornais reexaminando suas estratégias neste momento de crise econômica. A AP está trabalhando juntamente com os jornais-membros para garantir que irá oferecer a eles um serviço de notícias eficiente’, afirmou o porta-voz da agência, Paul Colford. Informações de Joe Strupp [Editor & Publisher, 28/10/08].