Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo recua em programa de censura em computadores

Não será agora que o polêmico software de censura imposto pelo governo chinês será instalado nos computadores vendidos no país, noticia a AFP [30/6/09]. Diante da pressão internacional, a China recuou na ordem que obrigaria – a partir de 1/7 – todos os computadores a trazer o software, que filtraria conteúdo da internet. ‘A pré-instalação foi atrasada, pois alguns fabricantes de computadores afirmaram que a massiva instalação demandava um tempo extra’, informou a agência de notícias oficial Xinhua, citando um porta-voz do Ministério da Indústria, Tecnologia e Informação, que também classificou de ‘irresponsáveis’ as declarações da mídia internacional de que o software funcionaria como uma invasão de privacidade.


A China tem a maior população online do mundo, com cerca de 300 milhões de internautas. A associação de fabricantes de computadores dos EUA aprovou o adiamento. ‘Estamos satisfeitos com o atraso em relação a este assunto, que é parte de uma luta mais ampla e histórica entre abertura e repressão – não apenas na China, mas também no Irã e na Coréia do Norte’, afirmou Ed Black, presidente da Associação da Indústria de Computadores e Comunicações dos EUA.


O porta-voz da Comissão Européia, Martin Selmayr, também recebeu bem a medida e reforçou a crítica à intenção da China de ‘censurar a internet e limitar a liberdade de expressão’. ‘Mantemos nossa posição. Acreditamos que em cada país do mundo deve haver liberdade de expressão e acesso à rede e vamos observar esta situação na China’, disse.


Pequim, por sua vez, insiste que o filtro tem o objetivo de proteger os jovens internautas de conteúdo pornográfico e violento e fornecer aos pais controle sobre o que os filhos vêem online. O país tem um histórico de bloquear sítios com conteúdo politicamente sensível, como o massacre da Praça da Paz Celestial, de 1989, o movimento espiritual Falungong e críticas ao Partido Comunista.