Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Morte de jornalista gera controvérsia


O jornalista russo Vyacheslav Yaroshenko, de 63 anos, morreu na segunda-feira [29/6] em decorrência de um grave ferimento na cabeça sofrido no fim de maio. As circunstâncias do ferimento de Yaroshenko, que era editor de um jornal na cidade de Rostov-on-Don chamado Corrupção e Crime, ainda são nebulosas. Enquanto a polícia afirma que o jornalista estava bêbado e caiu, batendo a cabeça em uma escada, colegas de Yaroshenko têm certeza de que ele foi brutalmente agredido por conta de seu trabalho.


O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York, pediu que o governo russo abra um inquérito para apurar o caso, indicando que o editor teria se tornado alvo de inimigos por escrever reportagens sobre casos de corrupção envolvendo autoridades locais. A polícia afirma, entretanto, que não há nenhuma evidência de que ele teria sido atacado.


A Rússia é considerada o terceiro país mais perigoso do mundo para a prática do jornalismo, atrás apenas do Iraque e da Argélia. Cerca de 50 profissionais de imprensa foram mortos no país desde o fim da União Soviética. Normalmente, os crimes ficam sem solução. Entre os casos que chamaram a atenção da mídia internacional nos últimos estão os das repórteres Anna Politkovskaya e Anastasia Baburova, do jornal de oposição Novaya Gazeta, e o do americano Paul Klebnikov, editor da revista Forbes. Segundo o Sindicato dos Jornalistas da Rússia, o maior problema está no mau uso das leis para a proteção destes profissionais. ‘Infelizmente, não temos tribunais independentes e é por isso que as leis para proteger os jornalistas são inúteis’, resume o vice-presidente do sindicato, Mikhail Fedotov. Informações de Sergei Venyavsky [Associated Press, 30/6/09].