Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalista americana condenada por espionagem

A jornalista americano-iraniana Roxana Saberi foi condenada a oito anos de prisão pelo judiciário do Irã sob acusação de espionagem. Roxana, que vive no país há seis anos e trabalha como freelancer para veículos estrangeiros, foi detida no fim de janeiro acusada inicialmente de ter comprado bebida alcoólica, algo proibido pela República Islâmica. Posteriormente, ela continuou presa por estar com a credencial de imprensa vencida. Mais tarde, a acusação mudou para ‘espionagem para os EUA’. O governo americano nega veementemente a possibilidade de espionagem.

A jornalista teve um julgamento relâmpago, a portas fechadas, no início da semana passada. ‘Ela afirmou no tribunal que suas confissões não eram verdadeiras, e me falou que foi enganada a acreditar que seria libertada se cooperasse. Suas recusas estão documentadas, mas aparentemente eles não prestaram atenção nisso’, declarou o pai de Roxana, Reza Saberi, ressaltando que o julgamento durou menos de uma hora, e que nem Roxana e nem seu advogado foram avisados com antecedência quando ele aconteceria.

Laços

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, Barack Obama ficou ‘extremamente desapontado’ com a condenação. O presidente americano vinha tentando melhorar os laços dos EUA com o governo do Irã. Por sua vez, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, enviou uma carta ao judiciário pedindo que o caso de Roxana seja reexaminado com cuidado e que seus direitos não sejam violados. O linha-dura Ahmadinejad, que deve tentar a reeleição em junho, parece querer formar uma nova imagem de defensor dos direitos humanos, avaliam analistas do governo do Irã.

O advogado da jornalista, Abdolsamad Khorramshahi, afirmou que irá apelar do veredicto, e anunciou que a advogada Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003, irá se juntar ao time de defesa. Informações de Aresu Eqbali [AFP, 19/4/09], Parisa Hafezi e Fredrik Dahl [Reuters, 19/4/09] e Nazila Fathi [The New York Times, 20/4/09].