Autoridades canadenses e afegãs negaram a libertação de dois líderes do Talibã acusados de terrorismo em troca de uma jornalista canadense mantida em cativeiro, há um mês, no Afeganistão. Um jornal do Paquistão havia noticiado que Melissa Fung, do canal Canadian Broadcasting Corp (CBC), foi solta, no fim de semana passado, mediante a libertação de líderes presos no Afeganistão. ‘Isto não é correto’, informou o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper.
A embaixada do Afeganistão em Ottawa também negou a acusação, alegando que Melissa foi solta ‘depois de quatro semanas de esforços intensivos que culminaram com a invasão de forças afegãs no local do cativeiro’. Ambos os governos negaram ainda o pagamento de qualquer quantia pelo resgate da repórter, que foi seqüestrada no dia 12/10 por homens armados em um campo de refugiados da ONU, em Cabul. ‘O governo afegão ainda não encerrou o caso, pois instituições de segurança afegãs estão investigando os principais responsáveis pelo seqüestro e suas motivações’, relatou a embaixada em declaração.
Nova versão
Na quarta-feira (12/11), a própria Melissa declarou ter sido libertada em troca de parentes de um de seus seqüestradores. Ela afirmou ainda que os homens que a abduziram eram jovens e pareciam pertencer a uma gangue, e não ao Talibã. ‘Eu compreendo, agora, que a inteligência afegã tinha a custódia da família do líder desta gangue’, afirmou a jornalista em entrevista à CBC. ‘Eles concordaram em libertar a família se o grupo me soltasse, e foi isso que acabou acontecendo’. O gabinete do premiê canadense não comentou as declarações da repórter. Informações de David Ljunggren e Allan Dowd [Reuters, 10 e 12/11/08].