Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Desabafo de Joaquim Barbosa dá voz aos cidadãos

O ministro Joaquim Barbosa deu voz aos pensamentos e dúvidas dos cidadãos brasileiros. A imprensa não o fez quando o ministro Gilmar Mendes, com uma agilidade incomum à nossa justiça, concedeu habeas-corpus ao banqueiro Daniel Dantas e criticou publicamente a decisão do diligente juiz Fausto de Sanctis. É necessário que a imprensa livre investigue as questões levantadas pelo ministro Joaquim Barbosa: a que capangas ele se referiu? Por que acredita que Gilmar Mendes está destruindo a credibilidade da justiça?

O equilíbrio entre os três poderes depende, também, de igual tratamento dispensado a eles pela imprensa. Quero acreditar que esta irá investigar o judiciário da mesma forma que o faz com o executivo e o legislativo. Caso não o faça, não estará preservando as instituições e sim demonstrando receio e elevando o judiciário à condição de o maior de todos os poderes.

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Eu não leio jornal, nem vejo TV. As minhas fontes são este Observatório e as revistas Carta Capital, Caros Amigos e esporadicamente Le Monde Diplomatico. Quero lembrar que Carta Capital, em edição recente, denuncia o banditismo, inclusive com morte, na eleição ou posse do irmão do ministro midiático [Gilmar Mendes] como prefeito. O ministro sempre participa destes eventos como se lá fosse o seu ‘curral’ eleitoral. Dines, você é fundamental na luta pela liberdade na imprensa. Você já foi demitido por esta imprensa ‘empresária’. Não vire as costas para esta revista, como faz a imprensa atual, que é bem diferente do Correio da Manhã, Última Hora, Tribuna da Imprensa e outros. Você é muito importante para a liberdade na imprensa, que é tão importante quanto a da imprensa. (José Augusto Bandeira Cavalcanti, bancário aposentado, Rio de Janeiro, RJ)

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Há quatro anos, tornei-me mais um professor deste nosso desnorteado país. Hoje, melhor percebo o quanto forças poderosas contribuem e, certamente, contribuíram para a decadência em que a nossa educação se encontra. Tanto se propala na necessidade de se valorizar os professores, como um dos fatores (ao meu ver, o principal) para alavancá-la. No entanto, quando esses profissionais reclamam por melhores salários, e isto apoiado por Lei, a própria imprensa, que incansavelmente mostra as mazelas do ensino brasileiro, nos dá as costas. E o que é pior: trunca, às vezes, a devida informação, jogando a população contra nós. Esse comportamento do ‘4º Poder’ não deve só ocorrer aqui em Brasília, mas sim em todo o território nacional. Lembrem-se: professor desvalorizado é professor desmotivado que gera aluno medíocre. Quando todos nós iremos quebrar esse círculo vicioso? (Antonio Carlos de Souza, professor, Sobradinho, DF)

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O programa Canal Livre, da Bandeirantes, dá show de desinformação, inclusive com ministro do STF. E o campeão dos absurdos, como de habitual, é o jornalista Antonio Telles, ex-funcionário da Presidência da República. No domingo passado (26/4), em dado momento, ouvimos daquele entrevistador a pérola de que determinada nação indígena era detentora de soberania. Pasmem, soberania. Em que faculdade esse senhor estudou? Na sua grade curricular havia Ciência Política? É o FEBEAPÁ, como dizia o saudoso Stanislaw Ponte Preta. (Paulo Cezar Martins, professor universitário, Vitória da Conquista, BA)

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Resposta ao pronunciamento do sr. deputado Ciro Gomes quando falou sobre o caso das passagens aéreas.

Boa noite, sr. deputado Ciro Gomes,

Vi a sua pronunciação na TV Câmara, em 22/4/09, no Folha Online, referente às passagens aéreas. Achei louvável as suas colocações, inclusive quando disse que ‘devolveu o dinheiro referente ao exercício de 2007 e 2008, porém não achava errado quem chegou a usá-lo, pois a lei de 40 anos atrás permitia’. Com isso eu também concordo.

O que eu discordo é da continuidade, da permanência da lei, que por sua vez permite a extensão de passagens a familiares, amigos ou eleitores. Aliás, sou muito contrário a isso, pois o benefício é para o político, para o exercício da sua função, e este benefício, quando não for necessário a total utilização, deve ser devolvido aos cofres públicos, o que é correto e se espera de quem representa o povo, tem ética e senso de justiça.

Não acho que seja coerente comparar o Brasil com a Alemanha ou Estados Unidos como você fez, afinal a disparidade é gigante, e mais, já imaginou a cambada do mensalão com um cartão ilimitado? Já imaginou essas pessoas – que diferente de você que devolveu o dinheiro – com um benefício desse tipo? Eu não quero pagar pra ver, literalmente. O meu dinheiro para esse tipo de coisa, não.

Ficaria contente em ligar a televisão ou abrir um jornal e ver que não existe mais essa cobrança desesperadora por parte dos ‘descontentes’ que reclamam a permanência desse benefício, alegando não conseguir ficar longe das esposas. Ainda mais, fazem chantagem emocional, ‘…Sou casado, fui candidato e Pernambuco inteiro sabia que eu era casado. Vocês querem me separar? Venho para Brasília e minha mulher fica lá?’, disse Silvio Costa. Partindo disso, como ficam os caminhoneiros que são obrigados a deixar as suas mulheres e filhos para fazer as suas cansativas viagens? Ou o garimpeiro que precisa sair da sua cidade à procura de sustento pra sua família? Ou ainda, o nordestino que migra para o Sudeste, sozinho, em busca de emprego e ganhar um dinheiro a mais pra enviar para os seus parentes que ficaram no Nordeste, dentre outros casos?

Espero ver um noticiário que não transmita mais esse tipo de cobrança nojenta, que desmerece o eleitor e o faz parecer idiota. Já não basta o que lhe é fornecido? É preciso ampliar um benefício que pertence à função a outras pessoas? Não, não é. O povo não quer e não aceita. Estamos de olho. (Gilcleber Katarino, estudante de jornalismo, São Paulo, SP)

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De tanto livre pensar, cheguei à conclusão de que o povo deste país é composto de três espécies de indivíduos: 1) os apedeutas; 2) os espertinhos; e 3) as vítimas das duas espécies anteriores. E todos os três tipos devidamente unidos entre si pelo mesmo grau de auto-estima e moralidade. (Nereu Augusto Tadeu de Ganter Peplow, advogado Curitiba, PR)

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Em resposta ao leitor Ivan Werneck sobre os suicídios num shopping de Brasília, posso garantir que existe uma norma seguida pela imprensa, informalmente, de não divulgar suicídios. Já se acusa há muito tempo da mídia fazer a apologia da violência, e o suicídio é um atentado contra a própria vida. A imprensa deve ser fiscalizada e nós, seus usuários, fazer as críticas quando ela não nos respeita. Em 1993, o Aqui e Agora, do SBT, uma concessão pública, mostrou o suicídio de uma mulher do alto de um prédio. Isso contribuiu para quê? Para apenas ter mais Ibope com a desgraça alheia. Seja num shopping, seja numa praça pública, ou no Palácio do Planalto, repito, em geral a mídia não divulga suicídios. Será que o sr. Ivan não se lembra do circo de horrores promovido pela sra. Sônia Abrão no ano passado, no caso envolvendo a jovem Eloá? Eu lembro muito bem. (Marcelo Cioti, desempregado, Atibaia, SP)

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Administrador, Rio de Janeiro, RJ