O magnata de mídia Rupert Murdoch foi taxativo na palestra ‘O futuro dos jornais: indo além das árvores mortas’: as previsões sobre a morte do jornal impresso estão erradas, afirmou o presidente da News Corporation. O discurso foi gravado nos EUA e exibido na Austrália pela Australian Broadcasting Corp. como parte de uma série de conferências de australianos famosos.
Para o empresário, a indústria jornalística, nos EUA e em todo o mundo, enfrenta mudanças fundamentais em seu modelo de negócios, na medida em que cada vez mais pessoas acessam a internet para obter informações. No entanto, ele diz que o meio online oferece, além de desafios, oportunidades. ‘Muitos jornalistas parecem ter um prazer perverso em remoer o fim iminente [do jornal]’, avalia Murdoch, que transformou um jornal de uma cidade pequena, herdado em 1953, em um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.
Credibilidade
Entre as unidades da News Corp, estão o estúdio 20th Century Fox, o canal Fox News Channel, a Sky Broadcasting, a Dow Jones & Co. e o sítio de relacionamentos online MySpace, entre muitos outros negócios. Na opinião de Murdoch, as pessoas estão mais ‘famintas do que nunca por informação’ e os jornais têm uma vantagem sobre blogs por terem mais credibilidade junto aos leitores. ‘Eu gosto da aparência e da textura do impresso, mas nosso negócio não é imprimir em árvores mortas, mas sim dar aos leitores um grande jornalismo’, afirmou, citando os jornais The Times e Wall Street Journal como exemplos de marcas consolidadas.
Ainda assim, Murdoch ressaltou que é preciso reconhecer que os consumidores online decidem o que querem e como querem. ‘Para competir hoje, você não pode oferecer um produto que se encaixa em todas as plataformas. O desafio é usar uma marca de um jornal e permitir aos leitores que personalizem suas notícias, para então entregá-las da maneira que eles querem’, disse. ‘O jornal, ou um primo muito próximo, sempre vai estar entre nós. Pode não ser mais deixado à sua porta como é feito hoje em dia. Mas o estrondo que faz continuará ecoando na sociedade e no mundo’. Informações de Rohan Sullivan [AP, 16/11/08].