Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Júri quer julgamento aberto para jornalistas

Membros do júri do julgamento de quatro homens acusados de participação no assassinato da jornalista Anna Politkovskaya querem que as audiências sejam abertas à imprensa. Dezenove dos 20 jurados assinaram uma petição, na quinta-feira (20/11), pedindo ao juiz que volte atrás na decisão de fazer um julgamento a portas fechadas.


Anna Politkovskaya, repórter investigativa do jornal Novaya Gazeta, foi morta a tiros em outubro de 2006 no prédio onde morava, em Moscou. Os irmãos chechenos Dzhabrail e Ibragim Makhmudov, o ex-investigador de polícia Sergei Khadzhikurbanov e o ex-agente do serviço de segurança russo Pavel Ryaguzov são julgados por suspeita de organizar o crime. Acredita-se que o atirador tenha sido um terceiro irmão checheno, Rustam Makhmudov, hoje foragido. Não se tem pistas do mandante do assassinato.


Sem câmeras


No início da semana, o juiz Yevgeny Zubov havia declarado que faria o julgamento de portas abertas, mas mudou de idéia na quarta-feira (19/11), citando a proteção ao júri como justificativa para a decisão. Os membros do júri afirmam, na declaração, que não pediram que a mídia fosse excluída das audiências. ‘Pedimos apenas que não houvesse câmeras de TV, mas não tínhamos objeção à presença da imprensa escrita’, afirmou o jurado Yevgeny Kolesov, refutando a afirmação do juiz de que os membros do júri teriam pedido pessoalmente por um julgamento fechado por temer a cobertura da mídia.


Kolesov diz que um secretário do tribunal conversou com membros do júri no primeiro dia do julgamento e perguntou se eles gostariam de assinar uma petição pedindo que jornalistas fossem proibidos de entrar nas audiências, mas eles negaram a oferta. Kolesov acredita que será excluído do júri por ter feito declarações públicas. ‘Eu não queria participar de um julgamento injusto’, afirma, justificando sua decisão de vir a público. Informações da AFP [21/11/08].