Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O outro lado da Rede Globo

‘Há sempre uma luz no final do túnel.’ Um dito popular muito conhecido e com características de esperanças. Transformado em bordão, várias pessoas o usam como busca pela melhora de vida e do bem-estar. Corre à boca miúda a notícia de que uma pretensa ação da Rede Globo teria suspendido a emissão de imagens da televisão Diário do Nordeste para o estado de São Paulo. Se realmente a notícia for merecedora de crédito, a empresa televisiva que almeja ser a dona do Brasil mostra em ‘caixa alta’ sua qualidade de obtusa profligando a aspiração de quem tem força de vontade e meios lícitos para crescer e aparecer. Será verdadeira esta afirmativa? Creiamos que sim, pois em e-mail enviado à TV Diário, nada foi respondido. Usando o clichê popular de que quem cala consente, achamos ser verdadeira a notícia.

Partindo-se da premissa de que o povo inventa, mas não aumenta, estamos a comentar. Os pensamentos se tornam fortes pela repetição. Cada vez que se faz um comentário em seqüência a outro da mesma natureza, há um acréscimo de intensidade tendente à realização. Para quem não sabe, a Rede Globo não possui insigne e várias ações desta empresa podem ser consideradas insuflantes. Roméro da Costa Machado, um cidadão de mais de cinqüenta anos, dedicou 10 anos de sua vida à emissora televisiva em epígrafe. Foi auditor fiscal e, como controller na Fundação Roberto Marinho, assessor especial de José Bonifácio (o Boni). Ele revela as ligações da Rede Globo com o jogo do bicho, associadas a um escândalo de 100 milhões de reais do Papa Tudo. O site http://www.fazendomedia.com/globo40/romero8.htm/ conta-nos o seguinte: ‘O Escândalo do Papa Tudo’, por Roméro da Costa Machado, escritor.

O mico ficou na mão do povo

Quando surgiu o Papatudo, o jornalista Hélio Fernandes, na Tribuna da Imprensa, disse com todas as letras que aquilo cheirava a um grande golpe e que não tinha uma chance em um milhão de dar certo um empreendimento entre Artur Falk (que o Hélio chamava de Artur Desfalk, pelo seu passado negro de tramóias) e Roberto Marinho. Logo-logo, com exclusividade da Rede Globo (impresso no verso dos bilhetes), e apresentação de Xuxa Meneghel (que pedia às crianças do Brasil inteiro para que pedissem aos seus pais que comprassem os bilhetinhos do ‘titio’ Artur Falk, ou Desfalk, no dizer do Hélio Fernandes), a Globo, usando os Correios como ponto de venda no Brasil inteiro, criou o seu ‘Baú da Felicidade’ para concorrer com Sílvio Santos, do SBT.

Prometiam que, além da recompra garantida, os futuros compradores ainda concorreriam a grandes prêmios milionários e parte da arrecadação ainda seria destinada a instituições de caridade. E numa colossal e obscena ‘pirâmide’, infestaram o Brasil inteiro com promessas milagrosas de enriquecimento fácil, sempre tendo à frente a exclusividade da Globo, a insuspeita Xuxa e a benemerência de instituições de caridade. (Uma espécie de Criança Esperança, com carnê). Embalado pelos heróis da Globo e pelos ‘embaixadores’ da Unicef, o país inteiro comprou, muitas e muitas vezes, os bilhetinhos do ‘titio’ Artur Falk (ou Desfalk), veiculados pela Rede Globo e apresentado pela irrepreensível Xuxa (‘Compra, compra, pede para a mamãe e o papai comprar’).

Os Correios vendiam, as lotéricas vendiam, os bobos compravam (como os doadores do Criança Esperança), até que passado o período para resgate dos ‘bilhetinhos’ milagrosos do ‘titio’ Falk (ou Desfalk), os Correios pararam de resgatar os bilhetes, pois não recebiam do Papatudo (Interunion/Globo etc.). As lotéricas deixaram de resgatar os bilhetes que indenizariam os compradores. E o grande golpe nacional previamente anunciado foi dado nas barbas da nação inteira – o mico ficou na mão do povo, que não tinha de quem receber. Diante dos fatos expostos, notamos a gravidade das ações praticadas por uma rede televisiva. Você acreditaria 100% nos prêmios e quantidade de ligações que a Rede Globo diz ter recebido nos paredões dos BBBs.

Entrevista coletiva

Eu e o repórter Saulo Gomes fomos levantar o total do golpe do Papatudo (além do golpe do Hotel Nacional, dado como ‘garantia’). E na ‘ilha dos lotéricos’, em São Paulo, conseguimos do presidente da associação dos lotéricos o acesso ao cofre (e gravamos) montanhas de bilhetes num cofre-forte gigante que mais parecia um bunker, girando em torno de 200 milhões. E vejam bem, os lotéricos não foram os mais prejudicados, pois ao não receberem pelos bilhetes comprados, pararam de recomprar os bilhetes do povo e estancaram o golpe. Idem os Correios, que ao não receberem pelos bilhetes que resgatavam das pessoas, interromperam a prorrogação do golpe. Mas o povo, que ficou com o bilhete na mão e não tinha a quem recorrer de quem resgatar de quem receber, morreu com o mico na mão, num golpe girando perto de um bilhão.

E assim, usando uma grande rede de televisão (Papatudo, exclusividade Rede Globo), uma grande vendedora agindo diretamente junto ao público infantil induzindo a que crianças pedissem aos pais para comprarem (Xuxa), associados ao insuspeito ‘titio’ Artur Falk (ou Desfalk), foi dado um dos maiores golpes – conto do vigário – na população tola, que acredita na Rede Globo, que compra os produtos que ela anuncia que doa para as ‘instituições de caridade’, abençoadas pela Globo (tipo Criança Esperança). Pobre população ludibriada que se comove com os trambiques glamourizados da televisão.

Como jornalista não poderia deixar passar em brancas nuvens ações deletérias que a Rede Globo usa em benefício próprio, em detrimento da população, que já sofre com o crescimento desordenado da corrupção de muitos políticos. O pior é que as grandes autoridades brasileiras sabem dos fatos delituosos e tornam-se cúmplices da corrupção que campeia no Brasil inteiro. Vamos acreditar em quem? O funcionário que conhece todas as falcatruas da rede em alusão deu entrevista coletiva contando todos os detalhes de como descobriu o terror que percorria todo o écran da ‘famosa rede’.

Irregularidades detalhadas em livros

Vamos citar aqui apenas um trecho da entrevista de Roméro, pois a matéria poderá se transformar num livro e, para não cansar os leitores, vamos citar apenas um trecho. Queremos afirmar que temos os livros aqui citados e também a entrevista exclusiva. Aqui não estamos inventando e condenando ninguém, somente colocando fatos de uma emissora que quer tomar o lugar de outra que vem ameaçando a sua audiência na região do Sudeste brasileiro.

Como você ingressou na Fundação Roberto Marinho? Através de concurso, entrevista, contatos…?

Eu trabalhava na Rede Globo… Fiz uma auditoria na Fundação e em seguida fui chamado para ser controller e organizar a bagunça que eu havia denunciado.

Inicialmente, quais eram seus objetivos dentro da Fundação?

Os meus objetivos eram no sentido de transformar a Fundação na maior Fundação Brasileira e uma das maiores do mundo, com objetivos educacionais e culturais bem claros e definidos.

De acordo com sua experiência profissional, como você classificaria o índice de irregularidades ocorridas dentro da Fundação?

Bastante elevado, principalmente em razão da aparente impunidade que uma Fundação sugere e que, embalada pela sigla Globo/Roberto Marinho acabou permitindo abusos jamais imaginados.

Foi por isso que você resolveu sair da Fundação?Saí porque sou um profissional, não tenho que me envolver direta ou indiretamente com o submundo do crime. Era impossível, depois de sair da Fundação, por discordar das sujeiras e falcatruas, voltar para a TV Globo, ser assessor do Boni, e ter que conviver com a escória da sociedade (amigos de Boni e da parte da cúpula da Globo). Esse foi o real motivo da minha saída e que viria a ser – em longo prazo – o motivo que iria enfraquecer o Boni na – Globo e fazer com que a família Marinho se livrasse dele alguns anos depois.

Será que você poderia discriminar dessas irregularidades?

Estão detalhadas no livro Afundação Roberto Marinho. Nos Livros Proibidos Sobre a Rede Globo, página um a cinco. Procure encontrar os livros e tire suas conclusões. Pensem nisso!

******

Jornalista, membro da Associação Cearense de Imprensa e da Academia de Letras dos Oficiais da Reserva do Ceará