O home office, as lives e os meetings podem ser um bom negócio. Por trás da avaliação do jornalista Ricardo Miranda, diretor-presidente da Casa do Jornalista de Juiz de Fora, há um projeto de jornalismo que reúne um diversificado grupo de profissionais da comunicação. Após recuperar uma associação da década de 1950 e fazer uma ampla compilação de dados sobre economia, educação, saúde e política da Zona da Mata de Minas, o grupo projeta para o final do mês de maio o lançamento de um jornal digital.
O novo veículo, que vai se chamar O Pharol, com peagá, como gostam de ressaltar seus criadores, é uma homenagem a um dos mais influentes e modernos jornais de Minas Gerais, que tinha sede em Juiz de Fora. A história de O Pharol começa em setembro de 1866, sob a direção de Thomaz Cameron, ganha protagonismo com o francês Georges Charles Dupin e encerra suas atividades em 1939.
Jornalismode 2021 é um projeto desenvolvido por Táscia Souza, jornalista e doutora em Estudos Literários, Júlia Pessoa, jornalista, professora e doutoranda em Ciências Sociais, Leonardo Costa, geógrafo e jornalista, Pedro Augusto Figueiredo, jornalista político, Thiago Valério, jornalista e diretor da agência digital Tripé Criação, Zilvam Martins, jornalista, ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora e ex-chefe de imprensa da Câmara Municipal de Juiz de Fora, além do próprio Ricardo Miranda, jornalista e professor, com passagem pelas secretarias de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora e do Governo de Minas Gerais.
“O advento das novas tecnologias afetou o jornalismo no mundo inteiro e em Juiz de Fora não foi diferente. Como nos outros lugares, a mudança no modelo de negócio nos afetou sobremaneira e acabamos negligenciando as possibilidades que se abriram. Parece que a pandemia resolveu isso ao nos jogar de vez no digital. Começamos a enxergar que um modelo editorial com prioridade no conteúdo, que seja claro e explicativo e, acima de tudo, com tempo e espaço para contar boas histórias, era possível”, explica Miranda.
A nova publicação sairá com a chancela da Casa do Jornalista de Juiz de Fora, associação criada em 1958 e resgatada agora para contribuir com projetos jornalísticos, como O Pharol. Outros projetos já estão sendo gestados, segundo Miranda. “Temos grupos conversando sobre podcasts, revistas e programas para YouTube e TV. Como a ideia é fazer as plataformas conversarem, incentivamos a interação entre os profissionais envolvidos em todos os projetos.”
O Pharol, que será o primeiro projeto da Casa, está sendo viabilizado inicialmente com recursos dos próprios envolvidos. O conteúdo será disponibilizado de forma gratuita, mas haverá um trabalho específico para buscar assinaturas. A ideia é mostrar o quanto há de trabalho por trás daquilo que se lê no site ou nas redes sociais e ampliar a compreensão sobre a importância do financiamento.
Além do financiamento dos leitores, o propósito é buscar patrocínio associado a projetos e eventos e pleitear doações junto a fundações privadas nacionais e internacionais.
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Eduardo Maia é jornalista.