A coluna de semana passada do ombudsman do New York Times, Clark Hoyt, recebeu 400 comentários de leitores. O artigo criticava a cobertura do diário sobre a organização liberal Acorn. Alguns dos leitores alegam que o jornal estaria omitindo informações que possam prejudicar os democratas; outros acreditam que o NYTimes estaria cedendo aos extremistas de direita.
Recapitulando: o diário publicou um artigo informando que o Gabinete de Recenseamento dos EUA havia cortado seus laços com a organização comunitária Acorn, que promove ações antipobreza e foi uma das mais ativas na promoção da campanha de Barack Obama para a presidência americana. Mas a matéria deixou de mencionar um vídeo feito por dois jovens ativistas conservadores mostrando um dos funcionários da Acorn dando conselhos empresariais sobre como abrir um bordel, evitar detenções e burlar o pagamento de impostos. O episódio foi amplamente explorado no canal conservador Fox News e em blogs de direita, mas o jornalão ficou em silêncio por um bom tempo.
Após receber críticas pelo episódio, o editor-executivo Bill Keller e a redatora-chefe, Jill Abramson, anunciaram que um editor ficaria encarregado de monitorar a mídia de opinião para que o diário não perdesse mais debates como o dos vídeos críticos à Acorn. Muitos leitores, entretanto, não gostaram da solução, temendo que, a partir de agora, o NYTimes passe a ser pautado pelas críticas e denúncias da imprensa de direita. Como sempre, é difícil agradar a todos.