TELEVISÃO
‘Tudo reconstruidinho’, 8/12
‘Luciana Gimenez entrevistou uma ex-garota de programa que está lançando um livro.
A moça, oriunda do Balneário de Camboriú, agradeceu a solidariedade do povo brasileiro para com o Estado de Santa Catarina e mandou um recado: não deixem de ir para Camboriú. Já está tudo em ordem. ‘Tudo reconstruidinho’.
Luciana reforçou a mensagem, deixando claro que a cidade vive do turismo. Um outro convidado duvidou da notícia, mas foi repreendido pela apresentadora, que voltou a frisar a importância do turismo para a cidade balneária.
Não tive disposição para assistir a entrevista mas fiquei a pensar sobre essa clássica história de ex-garota de programa lançar livro. É uma opção que não existe, por exemplo, para um ex-engenheiro, ex-açougueiro, ex-motorista de ônibus. É óbvio que qualquer um dos citados pode escrever um livro.
O que quero dizer é que dificilmente serão entrevistados pela Luciana. Imagino que não exista muita gente disposta a conhecer os bastidores de um canteiro de obras ou de um açougue. Pena. Seria interessante ouvir perguntas do tipo: ‘do que se alimenta uma picanha viva?’.
Li que algumas séries, nos EUA, provavelmente não irão emplacar novas temporadas por conta da crise. A manchete era mais ou menos essa. Tratei, pois, de ler a notícia e descobri que as tais séries ameaçadas pela crise estão apresentando baixa audiência. Ou seja: a ameaça não é exatamente a crise.
Talvez seja um exagero dizer, ou nem tanto, que a tal crise tem sido a nova Isabella, o novo rapaz de Santo André para boa parte da mídia. Tem sido raro ouvir alguma versão que apresente a possibilidade de vermos uma luz no final do túnel. E eu gosto de acreditar que exista.
Será difícil ouví-la e a notícia sobre as séries americanas é um ótimo exemplo dessa ‘apropriação indébita’. Série sem audiência não sobrevive nem em tempos de fartura e prosperidade. Cada vez mais esse julgamento tem sido implacável. E a culpa não é da crise.
Bastante divulgada a notícia de que o Jornal Nacional perdeu 4% de audiência em 2008. Outras emissoras comemoram algum crescimento. Igualmente bem divulgada a volta do SBT à vice-liderança, tecnicamente empatado com a Record.
Foram várias as vezes que aqui nesse espaço comentei sobre as bravatas da Record. Deveriam adotar outra estratégia. Falar menos e entregar mais.’
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Folha de S. Paulo