É desconhecido o paradeiro do jornalista chinês Guan Jian, repórter do pequeno jornal Wangluo Bao, levado há duas semanas por cinco homens. Segundo o Departamento de Segurança Pública da província de Shanxi, Jian teria sido preso pela polícia por acusação de suborno.
O jornalista foi abordado no lobby de um hotel na cidade de Taiyuan, capital da província, em 1/12, e forçado a entrar em um carro, de acordo com seguranças do hotel, que testemunharam a cena. Filmagem da câmera de segurança no lobby mostra o momento em que os homens se aproximam de Jian.
Desde então, a família não teve mais notícias dele. ‘Seus amigos não conseguiram entram em contato, nem seus colegas. De início, achamos que ele estava em uma viagem de trabalho, mas depois de vários dias sem notícias nós ficamos preocupados’, afirma o filho do jornalista, Guan Yufei, que viajou a Taiyuan para procurar pelo pai. Jian estava na cidade para apurar denúncia de irregularidades de uma corretora de imóveis com ligação com autoridades locais.
Riscos
O caso do repórter ilustra os riscos corridos por jornalistas que tentam investigar casos de corrupção na China, onde governo e negócios costumam se misturar. Assassinatos não são comuns, mas quem tenta desmascarar os poderosos corre o risco de espancamento e prisão.
Em outro caso recente, a repórter Li Min, da emissora Televisão Central da China, foi levada de sua casa em Pequim também acusada de suborno por promotores de Shanxi. Li investigava os promotores para uma matéria. O advogado Zhou Ze, que representa a família da jornalista, afirmou que, ao que parece, ela foi vítima de um terrível abuso de poder com o objetivo de calar seu trabalho. Informações de Emma Graham-Harrison e Yu Le [Reuters, 15/12/08].