Autoridades chinesas, que haviam prometido afrouxar restrições a sítios de internet de veículos jornalísticos, bloquearam o acesso, no fim da semana passada, à página do New York Times. Da noite de quinta-feira (18/12) até a manhã de sábado, quando o diário nova-iorquino noticiou o bloqueio, internautas em cidades como Pequim e Xangai não conseguiam acessar o sítio; em vez de notícias, encontravam a mensagem de que a página nytimes.com não estava disponível no momento. O acesso em Hong Kong não foi interrompido.
Por outro lado, os sítios da BBC, Voice of America e Asiaweek, que haviam sido bloqueados dias antes, estavam disponíveis na sexta-feira (19/12). A página do jornal Ming Pao, de Hong Kong, passou a semana passada inteira inacessível aos internautas.
Sem explicações
O governo deu poucas explicações sobre o bloqueio ao Times. ‘Sobre esta questão em particular, não temos conhecimento dos detalhes’, afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em Pequim. ‘A manutenção de sítios não faz parte das responsabilidades do Ministério’, completou o funcionário, que se recusou a informar seu nome. Catherine Mathis, porta-voz do jornal, afirmou que o bloqueio não parecia ser um problema técnico.
Antes, durante e logo após os Jogos Olímpicos em Pequim, realizados em agosto, o governo chinês desbloqueou o acesso a alguns sítios de internet e prometeu liberdade para que jornalistas estrangeiros pudessem viajar pelo país – antes, eles deviam pedir autorização governamental para fazê-lo. Até agora, o afrouxamento da regra não foi revogado.
O crescente mercado de internet chinês assusta o Partido Comunista, que teme perder o controle sobre as idéias dos cidadãos. O país possui um grande filtro censor, que tira do ar sítios com conteúdo considerado impróprio, e infiltra pessoas treinadas para rebater críticas ao governo em fóruns online. Com informações de Keith Bradsher [The New York Times, 20/12/08].