O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, ordenou que suas embaixadas divulguem uma foto de um encontro em Berlim entre o ditador alemão Adolf Hitler e o líder religioso palestino Amin al-Husseini, em 1941, com o objetivo de conter críticas internacionais sobre um projeto de assentamento israelense.
O projeto habitacional, financiado por um magnata americano, prevê construções em uma área anexada ao leste de Jerusalém que pertencia ao clérigo palestino. Um membro do governo, sob condição de anonimidade, afirmou que o chanceler ordenou a distribuição da foto para as embaixadas para reforçar o ponto de que Husseini colaborou com o nazismo. Funcionários da chancelaria, completou ele em entrevista à Agence France-Presse, opuseram-se à decisão, em mais um de uma série de desacordos desde que o político ultranacionalista tomou posse, no fim de março.
Divisão
Na semana passada, os EUA convocaram o embaixador israelense em Washington para dizer que o projeto deveria ser repensado. O problema todo ocorre porque a comunidade internacional considera que as regiões ao leste de Jerusalém são áreas de assentamento que prejudicam as discussões de paz entre israelenses e palestinos, pois complicam a divisão da cidade. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu refutou os apelos internacionais, alegando que a soberania de Israel sobre o leste de Jerusalém, área ocupada e anexada em 1967, é ‘inquestionável’.
No local do projeto habitacional existe um hotel, comprado em 1985 pelo milionário judeu Irving Moskowitz. A idéia é demolir o hotel para construir prédios. Husseini lutou ativamente contra a comunidade judaica e as autoridades britânicas na Palestina nas décadas de 1920 e 1930. Ele se aliou aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Informações da AFP [22/7/09].