PROTEÇÃO
Polêmica proteção digital da AP
‘Pessoas enviaram links sobre a informação de que a agência de notícias Associated Press (AP) confirmou a sua decisão de utilizar microformats (metadados) e um sistema de rastreamento nas matérias, para poder monitorar e informar melhor sobre as regras de uso de seu conteúdo.
O plano será colocado em prática somente em 2010 e a AP trabalhará em duas frentes – a inserção de metadados em seu conteúdo (textos, fotos e vídeos) para indicar e alertar sobre como ele pode ser utilizado. Até aí normal (os badges da Creative Commons têm função semelhante).
E a polêmica – a adoção de um sistema que rastreará o seu conteúdo e retornará à agência de notícias dados de como o seu conteúdo é utilizado por terceiros na web. Quase um RFID inserido em cada matéria e que servirá para proteger o seu conteúdo contra o uso indevido.
Eu mantenho o que já havia comentado no post Notícias que os computadores podem entender melhor. A decisão da AP ratifica o que havia escrito há duas semanas. Mas vale acrescentar mais duas informações:
1) A agência utilizará em parte a tecnologia desenvolvida pela organização Value Added News, que, vale mencionar, foi um dos projetos ganhadores do prêmio Knight News Challenge, que todo ano elege os trabalhos mais inovadores na área de mídia e tecnologia.
A Value Added News é especializada nisso, em inserir metadados, metainformações, em conteúdo jornalístico (neste slideshow é explicado melhor o seu trabalho).
2) A AP está adotando um posicionamento totalmente contrário à sua concorrente, a agência de notícias Reuters, que recentemente se declarou a favor dos agregadores de notícias, provavelmente, os que serão mais prejudicados com a decisão da AP. Não é uma declaração oficial, mas, no Twitter, Chris Ahearn, presidente da Reuters Media, disse que a agência está preparada para ajudar aqueles que querem uma alternativa à AP.
Em suma, acho que a decisão da AP tem um efeito colateral positivo por levantar essa questão sobre o uso dos microformats (metadados) em conteúdo jornalístico, mas, por outro lado, revela uma posição bem confusa da agência – uma hora lança um portal com livre acesso ao seu conteúdo, outra hora quer processar os buscadores, depois fecha acordo com o Google News e agora quer adotar uma espécie de DRM para proteger o seu conteúdo.
Enfim, passa a impressão de que não sabe muito bem o que quer da vida.’
PRÊMIO
Os mais inovadores na área de mídia e tecnologia (em 2008)
‘Para mim, o prêmio Knight-Batten Awards for Innovations, que elege os projetos de tecnologia mais inovadores na área de jornalismo, não trouxe novidades em sua última edição, mas ajudou a ratificar a posição do NYTimes de mais inovador.
A versão digital do jornal liderou a lista de ganhadores que saiu nesta quinta-feira.
O NYTimes.com, que estuda em breve adotar um sistema de conteúdo premium, foi lembrado pelos diversos recursos recentes colocados no ar, como o Custom Times, protótipo que permite consumir e interagir com o conteúdo do NYTimes em diversas plataformas diferentes, e o One Word, que funciona como um termômetro do ‘sentimento’ dos leitores em torno de diversos acontecimentos.
Outro que ganhou destaque foi o Apture, um plugin criado por alunos de Stanford, que, quando instalado em um blog, sugere conteúdos para os quais o editor do blog pode fazer links e permite que os próprios leitores acrescentem informações a um post.
Durante o anúncio dos vencedores, foi destacada a necessidade de empresas de comunicação de grande porte terem internamente equipes pequenas e ágeis que sejam capazes de trazer inovação.
O Knight-Batten Awards for Innovations, ligado à American University, é o mesmo prêmio que, em 2007, revelou o Chicago Crime, site que mapeia os crimes da região de Chicago e que serviu de inspiração para projetos posteriores semelhantes.’
MÚSICA
Agência Razorfish dá nova vida à revista Billboard
‘Todos os rankings dos últimos 51 anos da Billboard estão disponíveis no novo projeto digital da revista de música, que foi lançado nesta quarta-feira.
A Billboard tem uma importância grande na história do mercado de música. É uma das publicações de música mais antigas do mundo, tem 115 anos, e ficou conhecida por seus rankings de músicas e artistas mais populares.
É possível fazer pesquisas e saber quando tal artista esteve no topo das paradas.
O novo projeto da Billboard vem também com várias ferramentas de recomendação de conteúdo. A partir de diversas perguntas que você é convidado a responder, o Soundtrack of My Life monta a ‘trilha sonora de sua vida’, com base nas músicas que estavam no topo das paradas em diversos momentos de sua vida. A maioria das músicas está disponível via streaming para ouvir, de graça.
Com o novo site, a expectativa é que a receita com publicidade online cresça 25% neste ano, a venda da revista nas bancas vem caindo de forma contínua desde 2002.
A reformulação foi feita pela Razorfish, mesma agência responsável pela reestruturação dos sites do NYTimes, da CNN e do portal Terra na América Latina.’
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