Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Colunista se demite em protesto a conteúdo pago

Em meio à crise na indústria jornalística americana, o medo de perder o emprego é grande. As organizações de notícias anunciam, a cada semana, mais cortes nas redações e fechamentos de sucursais. O debate do momento é se é possível, e como é possível, cobrar por conteúdo na internet. A News International, do magnata Rupert Murdoch, já anunciou que a partir do ano que vem seus sites serão pagos, a exemplo do Wall Street Journal, que já cobra, com sucesso, pela leitura de seus artigos online. O New York Times, que já flertou com a idéia há alguns anos, em um projeto frustrado, considera novamente fazê-lo. O jornal Newsday, de Long Island, não perdeu tempo: internautas agora têm que pagar US$ 5 por semana pelo conteúdo na rede. Apenas assinantes da versão impressa e do servidor de TV a cabo e internet Cablevision, proprietário do jornal, ficam isentos da taxa.


Era de se esperar que os funcionários do Newsday ficassem satisfeitos com a solução. Por isso, foi surpresa quando o colunista Saul Friedman, que escreve sobre envelhecimento, pediu demissão por não concordar com a cobrança online. Friedman escrevia para o jornal desde 1996. ‘Minha coluna tornou-se popular em todo o país, mas agora será impossível para quem não é de Long Island lê-la. Inclusive eu, que moro perto de Washington e não sou assinante da Cablevision ou do Newsday‘, justificou ele, que tem 80 anos e continuará a escrever a coluna para o site Time Goes By. Informações de Richard Pérez-Peña [New York Times, 2/11/09].