Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ernesto Rodrigues

‘Qual a porcentagem de telespectadores, excetuando-se obviamente os que são jornalistas, que deixam de lado as prioridades pessoais, familiares e profissionais e se dispõem a parar mais do que meia hora por dia, em média, na frente da televisão, para ficar sabendo dos fatos importantes do dia no país e no mundo? Quem faz telejornal para TV aberta sabe que essa porcentagem, mesmo variando de um país para outro, é muito baixa e sempre menor que a dos que tem paciência e tempo ilimitados para a notícia.

A edição de 28 de outubro do Jornal da Cultura, com as conhecidas limitações estruturais que não permitem uma comparação com a capacidade de cobertura das outras emissoras, foi, na opinião deste ombudsman, um exemplo de bom uso do tempo que os comuns mortais se deram, na noite de ontem, para abrir a janela e dar uma olhada no país e no mundo. Principalmente os mortais que não podem ficar o dia inteiro conectados à Internet.

No terreno dos fatos inéditos e com relevância – a popular notícia – o Jornal da Cultura destacou o levantamento da Confederação Nacional dos Transportes sobre a situação atual de 90 mil quilômetros de estradas federais e estaduais em todo o país, acrescentando à cobertura uma reportagem sobre os danos causados pelos caminhões à vida do paulistano.

Outro destaque, acompanhado de oportuno contraponto com a escandalosa omissão do Senado diante da determinação do STF de afastamento do senador Expedito Jr, foi a decisão da comissão de sindicância da casa de que o diretor João Carlos Zogbi seja demitido.

Houve ainda registros mais ou menos detalhados da liberação de verba do Ministério da Saúde para tratamento de vítimas do crack – em semana particularmente marcada por dois casos trágicos envolvendo viciados pela droga – de uma operação policial contra o tráfico de cocaína, da mudança na lei do inquilinato aprovada no Senado, beneficiando os proprietários na hora do despejo, do atentado sangrento que marcou a chegada de Hillary Clinton ao Paquistão, da onda de saques na fronteira da Argentina com o Uruguai e do teste do foguete que levará os americanos de volta à lua em 2020.

Notícias do dia à parte, o Jornal da Cultura dedicou parte do tempo a assuntos menos urgentes e mais reflexivos, como a reportagem sobre a distribuição de um ‘kit fissura’ para ajudar ex-fumantes a se livrarem do vício, a ida à inusitada Expo Catadores, uma feira internacional que reúne profissionais que recusam a qualificação de pobres coitados, uma matéria sobre os impactos da insatisfação precoce das crianças com a aparência física e uma repercussão à brasileira de pesquisa acadêmica inglesa que condiciona a longa duração do casamento à necessidade de a mulher ser de alta escolaridade e pelo menos cinco anos mais jovem que o marido.

Houve ainda uma incursão em uma feira de produtos orgânicos – esta última matéria contraposta, de forma instigante, à notícia de que a FDA, nos Estados Unidos, decidiu que o óleo produzido com soja modificada e enriquecida com Ômega 3 é seguro para o consumo humano.

O jornal também abriu espaço para dois flagrantes internacionais – um menino salvo de um buraco pelos bombeiros e o encontro de um raro tubarão-baleia – uma pequena crônica sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pelos museus da Europa e, como ninguém é de ferro, alguns belos gols do Campeonato Italiano.

Não foi decidido o futuro da Humanidade nem se chegou a uma conclusão sobre o sentido da vida. Mas o dia 28 de outubro de 2009 estava lá, registrado, com a imensa e também insubstituível precariedade do olhar jornalístico. Telejornal, pelo menos enquanto a Internet não tomar conta de nós completamente, é assim mesmo.

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A coisa é séria, 28 de outubro

A demanda provocada dias atrás por uma de uma telespectadora chamada Ana Rosa resultou em uma resposta do programa Metrópolis que merece ser transcrita aqui pelo esclarecimento que ela dá sobre o processo de apuração das ligações telefônicas relacionadas às promoções que o programa faz, distribuindo ingressos para espetáculos e dvds.

Em seu email, Ana Rosa se disse insatisfeita com o resultado de sua participação na promoção que, no dia 16 de outubro passado, distribuiu ingressos para um show do Paulinho da Viola. Ana dizia não conseguir entender como não foi contemplada depois de ter ligado imediatamente após a abertura da promoção pelos apresentadores do Metrópolis, fornecendo o nome correto da música. E acrescentou:

‘Acho muito estranho essa forma de sorteio. Se você checar a ligação verificará que fui a primeira a ligar’.

A resposta do Metrópolis, assinada pelo editor-chefe Anderson Lima, foi a seguinte:

‘Ana, o sorteio é eletrônico, ou seja, não há interferência humana. Usamos um ‘tronco’ de telefonia, como nas empresas de telemarketing (o que permite receber várias ligações ao mesmo tempo). No dia seguinte ao sorteio, acessamos a página dos sorteios e conferimos as resposta numa relação de arquivos de áudio, com todas as gravações deixadas pelos telespectadores na noite anterior.

Pedi para um produtor ouvir arquivo por arquivo, para encontrar em qual ‘posição’ da lista você tinha ligado. Pois ele não encontrou nenhuma ligação sua. Enfim, pode ter ocorrido alguma pane eletrônica no encerramento da chamada, mas te digo que já tivemos sorteios com mais de 500 ligações, e nunca tivemos reclamações desse tipo. Nosso sorteio é muito sério e fica tudo registrado’.

Nossa Língua 1

De Solange Martins, diretora do programa Nossa Língua, recebi a seguinte mensagem sobre o atendimento aos telespectadores do programa:

‘Gostaria de ressaltar que eu mesma, Solange Martins, diretora do programa, leio todas as mensagens dos telespectadores. Quando são pertinentes à minha função, eu as respondo. Quando se trata de consultas específicas da língua portuguesa como gramática, vocabulário, análise sintática, uso correto de advérbios, pronomes, etc, não dispomos, realmente, de equipe para prestar esse serviço.

De fato, as questões são tabuladas e arquivadas pela produção do programa servindo como indicadores de interesse de conteúdos do público. Aliás, conforme sugestão da Central de Relacionamento, para que nossos telespectadores não ficassem com a impressão de descaso, passei a informá-los claramente que o ‘fale conosco’ é um canal para enviar sugestões, críticas ou elogios. Nesse contato, aproveito para estimular visitas ao site do programa, que disponibiliza os vídeos integrais para serem vistos e revistos em qualquer oportunidade. Mas não esqueço, claro, de convidá-los a assistirem as exibições inéditas via TV.

Agora, se você me permitir, gostaria de divulgar no seu espaço que a segunda exibição do programa inédito, aos sábados, mudará para as 8h00, a partir de 7/11’.

Abraços,

Solange Martins’

Nossa Língua 2

De Cássia Mello, do Núcleo Cultura Educação, também transcrevo a seguinte mensagem relacionada ao atendimento dos telespectadores do Nossa Língua:

‘Ernesto,

Sobre os emails para o Nossa Língua que chegam pela Central de Relacionamento, gostaria de dizer que estamos sempre acompanhando os comentários dos telespectadores. A equipe de produção e direção se dispõe a retornar as questões mais amplas. E faz isso com empenho, sempre que possível. Sabemos que ainda não é o ideal. E estamos atentos à necessidade de ampliar o retorno ao telespectador.

A mensagem da central contribui, destacando que as dúvidas e questões são todas lidas e consideradas. Mesmo que a resposta específica possa aparecer eventualmente, por enquanto,em um dos programas.

Obrigada

Cássia Mello’

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Tira dúvidas, 27 de outubro

Transcrevo duas mensagens relativas aos destaques feitos aqui sobre o conteúdo do relatório de setembro da Central de Relacionamento da Fundação Padre Anchieta. Primeiro, o de Ricardo Mucci, Coordenador Geral do Núcleo de Novas Mídias:

Prezado Ernesto,

Na condição de Coordenador Geral do Núcleo de Novas Mídias, respondo também pela direção do Programa Novo, que é a mais nova aposta da nossa programação, por isso gostaria de fazer alguns esclarecimentos a respeito dos problemas de conectividade que chegaram à Central de Relacionamento. A principal novidade do Programa Novo é seu formato colaborativo e interativo, que estimula a participação do público: é exibido ao vivo na tv e na internet, de segunda a sexta, durante 90 minutos.

Ocorre que, até agora, só tínhamos colocado em prática essa experiência denominada streaming ao vivo, no programa Roda Viva, que é exibido semanalmente, enquanto o Programa Novo é diário. Esse modelo tem um impacto enorme na infra-estrutura de TI (Tecnologia da Informação) e no consumo de banda (conexão) da Fundação Padre Anchieta, que está se adequando para atender a crescente demanda de internautas que preferem assistir ao programa pela web e não pela TV.

Para se ter uma idéia, este número tem variado de 4 a 6 mil visitantes únicos por dia, com 500 mil page-views/mês. Concordamos e entendemos que isso frustra muita gente, inclusive nós, mas estamos fazendo o possível para sanar o problema o mais rápido possível. Isso exige investimentos em hardware e software, pois a gestão desse tráfego de público é feita com equipamento próprio, pois se fôssemos terceirizar, o custo seria inviável para o orçamento da nossa TV Cultura.

Espero que nosso público entenda que tais limitações decorrem do fato de que inovar numa tv pública não é tão simples como parece, mas estamos fazendo o possível para não frustrar a expectativa de ninguém, nem nossa e nem do público, pois temos convicção de que o Programa Novo vai se constituir numa referência em matéria de interatividade na televisão brasileira, como foi o Roda Viva, quando inaugurou o streaming de 3 sinais simultâneos ao vivo, em outubro de 2008..

Em nome da equipe do Programa Novo peço desculpas pelo inconveniente, mas estamos seguros de que o problema do acesso ao site e à transmissão ao vivo será sanado brevemente.

Obrigado.

Marina de Souza Su, responsável pela Central de Relacionamento, esclarece que as queixas em relação à dificuldade de contato telefônico para agendar participação na platéia do ‘Viola Minha Viola’ – assim como para as críticas à mudança de horário da segunda exibição do programa ‘Sr. Brasil’ – referem-se ao telefone do programa e não ao número de contato da Central.

Em relação ao programa Nossa Língua, Marina explica que o que a Central fez foi sugerir, ao Núcleo de Educação, que os telespectadores fossem informados de que o programa não tem como oferecer um serviço do tipo ‘Tira dúvidas’. É esse o motivo pelo qual as mensagens com dúvidas individuais sobre a língua portuguesa têm sido respondidas com o esclarecimento de que o programa não dispõe de profissional para atendimento individual.

A Central informa ainda, nas mensagens aos telespectadores, que as consultas sobre questões da língua portuguesa são arquivadas para efeito de tabulação de dúvidas mais freqüentes, e que, eventualmente, algumas das dúvidas poderão ser tratadas pelo programa.

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Prós e Contras II, 27 de outubro

O relatório da Central de Relacionamento da Fundação Padre Anchieta referente à interatividade com os telespectadores durante o mês de setembro, já citado aqui ontem, 25 de outubro, no que se refere às mudanças provocadas pelo Programa Novo, tem outras informações que podem ser úteis ou interessantes.

Entre os destaques positivos feitos pela Central estão aprovação da série ‘Educação Financeira’, com solicitações de planilha•e pedidos de cópia, a boa repercussão – também com pedidos de cópias e reprises – do filme ‘Farenheit, 11 de Setembro’ apresentado no Divercine em 11 de setembro, os elogios ao ‘Cultura Discovery’ e ao ‘Animania’antes mesmo da estreia, a aprovação e os pedidos de cópias do Especial Cultura ‘O Milagre do Pão’: boa repercussão, os elogios ao Ensaio com Pitty e as Cantoras do Rádio e os pedidos de mais informações sobre matérias apresentadas pelo Jornal da Cultura.

Entre os destaques negativos, as reclamações relacionadas à divulgação do resultado da promoção ‘Mundo de Descoberta’, no link da página do programa ‘Dora, a aventureira’, a dificuldade de contato telefônico para agendar participação na platéia do ‘Sr Brasil’ e as críticas à mudança de horário da segunda exibição do programa para dar lugar à transmissão dos jogos do Campeonato Italiano.

A Central registra ainda que houve instabilidades no serviço de internet da Fundação Padre Anchieta, com acentuada dificuldade de conexão com os serviços web (sites e sistema da Central de Relacionamento) a partir do lançamento do site do Programa Novo no dia 8 de setembro, o que interferiu negativamente no desempenho de atendimento e, eventualmente, no processo de envio de mensagens.

Em relação ao Nossa Língua, à parte os elogios que o programa tem recebido pelo novo formato, a Central informa que os telespectadores que pedem soluções para questões diversas da língua portuguesa continuam sem resposta. E a explicação que está sendo dada em resposta padrão é a seguinte: ‘O programa não dispõe de profissional disponível para atendimento individual.’