Ninguém consegue manter um diálogo de mais de cinco minutos usando um celular na África do Sul. Fazer um boletim para rádio além desse tempo sem cair a linha é quase impossível. Esta é uma das sérias e graves constatações confirmadas na cobertura do sorteio dos grupos da Copa do Mundo.
O repórter Renato Ribeiro, da Rede Globo, tentou passar uma matéria, via internet, direto de Robbin Island, local onde Nelson Mandela ficou preso durante 18 anos. Não conseguiu a comunicação e perdeu o deadline para o Globo Esporte daquele dia.
O repórter Henri Karan diariamente tem surtos de irritação quando faz seus boletins para a BandNews FM, dentro do programa de Ricardo Boechat. A linha cai sempre.
Na Cidade do Cabo, onde aconteceu o sorteio, a paisagem é linda, os hotéis são ótimos e o povo acolhedor. Mas ninguém pode sair caminhando pelas ruas após as seis da tarde. A partir desse horário tudo fecha – comércio, shoppings etc.
Em Johanesburgo a situação é mais grave. O trânsito é pior do que o de São Paulo. O transporte público é caótico. Não há metrô e nem mesmo ônibus regulares em número suficiente. O que predomina na cidade e região é o transporte por meio de vans. E nelas não há indicações do trajeto, número máximo de passageiros e outras coisas elementares.
Problema é sair pelas ruas
Estima-se que milhares de táxis clandestinos rodem pela cidade. São incontáveis os casos de estupro, assaltos roubos e outros crimes a passageiros – e principalmente passageiras – desavisados.
Qualquer profissional de imprensa precisará ter o seu carro próprio com GPS. E não deixar o aparelho no vidro. A chance de ele ser roubado é muito grande. Como também não se aconselha andar pelo centro e muitos bairros da cidade portando e ostentando laptops, máquinas fotográficas e celulares.
Os estádios são adequados e pela amostra do Centro de Convenções da Cidade do Cabo, imagina-se que internamente serão boas as condições de trabalho. O maior problema será sair pelas ruas.
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Jornalista