Jornalistas não serão bem-vindos na cerimônia de posse do presidente reeleito do Afeganistão, Hamid Karzai, nesta quinta-feira [19/11], noticia Hamid Shalizi [Reuters, 17/11/09]. A credibilidade do presidente foi questionada pela mídia do país por conta do pleito de agosto, quando uma investigação da ONU descobriu que quase 1/3 dos votos conseguidos por ele era falso. Karzai foi declarado vencedor apenas depois que seu oponente, Abdullah Abdullah, desistiu do segundo turno.’Devido a razões de segurança e à capacidade do local, não podemos convidar a mídia’, explicou a porta-voz do palácio presidencial, Siamak Herawi, minimizando a decisão. Repórteres só poderão ficar na sala de imprensa dos escritórios da TV estatal afegã.
Dentre os convidados internacionais da cerimônia, são esperadas autoridades de países ocidentais que têm tropas lutando no Afeganistão, embora a lista oficial não tenha sido anunciada. Cerca de 800 pessoas devem estar presentes. A segurança é extremamente severa para eventos importantes em Cabul. No ano passado, Karzai e outros funcionários do governo sobreviveram a uma tentativa de assassinato quando homens armados abriram fogo em um desfile militar na capital, matando três civis.
Há quase 110 mil soldados ocidentais no Afeganistão, 2/3 deles americanos. O presidente dos EUA, Barack Obama, está nos estágios finais de decidir se envia mais tropas para o país. Esta semana, o governo de Karzai anunciou uma nova força-tarefa policial para crimes hediondos e uma unidade anti-corrupção. A organização alemã Transparência Internacional classifica o Afeganistão como o segundo pior país do mundo no Índice de Percepção de Corrupção.