Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Jornalismo sem vergonha

Há muito ficou conhecido o bordão ‘Isso é uma vergonha’, de Boris Casoy. Sempre após esbravejar ásperos comentários sobre política, a frase é enfatizada de modo a convocar a opinião pública a agir contra governos classificados pelo jornalista de corruptos, imorais, desrespeitosos e antiéticos.

Boris tem o mesmo estilo que o acompanha desde a década de 70, quando foi assessor de imprensa de um ministro de Médici. De lá para cá fomentou altos números advindos de uma audiência conservadora. O telejornal que apresenta é assistido por milhões de brasileiros, incluindo os pobres da periferia do país.

No Jornal da Band na madrugada do dia 1º de janeiro, uma imperfeição operacional iniciou um naufrágio de críticas ao âncora da emissora: ‘Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras.Dois lixeiros, o mais baixo da escala do trabalho’, disse ele ironicamente sorrindo. O áudio foi ao ar e o vídeo pode ser visto na internet.

Cidadania entristecida

Dias antes, Boris Casoy havia censurado o presidente da República: ‘Muitas pessoas, inclusive jornalistas, falam palavrões. Mas, a maioria evita fazê-lo em público.’ Religiosamente, advertiu em seu sermão a observação da ‘liturgia do cargo’. Agora, proferiu não só palavrões, mas profanou os simples trabalhadores de corações sinceros.

A sociedade lamenta a fala desse senhor das redações. Evita generalizar os jornalistas e reconhece o voto de todos que acreditam num ano melhor. Independente dos mass media, não há motivos para se envergonhar em fazer jornalismo. O que entristece a cidadania é fazer um jornalismo sem vergonha.

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O vídeo com o comentário de Boris Casoy (31/12/2009)

 

O pedido de desculpas de Boris Casoy (01/01/2010)

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Estudante de Jornalismo, São Paulo, SP