A agência de fotojornalismo francesa Gamma, fundada em 1967, corre o risco de fechar. Na semana passada, tribunal de Paris deu seis meses para que a agência corte cargos e reorganize suas operações, a fim de evitar um processo de falência. A Gamma, criada pelos fotógrafos Raymond Depardon e Gilles Caron, ficou famosa em todo o mundo por registrar momentos históricos da segunda metade do século 20, entre eles o início dos protestos em Paris em maio de 1968, a crise dos reféns na embaixada americana no Irã em 1979 e a invasão soviética no Afeganistão, no mesmo ano.
No dia 28/7, a companhia Eyedea S.A, proprietária da Gamma e de outras agências fotográficas como a Keystone, chegou a abrir pedido de falência e pediu proteção da corte após ter registrado prejuízo no valor de US$ 4,2 milhões no primeiro semestre de 2009. ‘A Gamma não está morta; não estamos mortos. Mas temos que criar um novo modelo. Tentamos manter o modelo tradicional com funcionários empregados enquanto todo o modelo de negócios do fotojornalismo estava em colapso. Isto não é mais possível’, explicou o presidente-executivo Stephane Ledoux. Hoje, a agência emprega 50 funcionários – destes, 14 são fotógrafos.
Segundo Ledoux, a Green Recovery, empresa de fundos de investimento que controla a Gamma desde 2007, ‘garantiu que continuará a apoiá-la’. Devido à crise econômica global e ao mau momento enfrentado pela indústria jornalística, a agência deverá parar de cobrir temas noticiosos e focará seus esforços em perfis e fotos para revistas. Os arquivos da Gamma possuem registros de quatro décadas de vida política, além de imagens de celebridades e eventos internacionais. A agência é proprietária de trabalhos de grandes nomes da fotografia, como Willy Ronis, Hans Silvester e Robert Doisneau. Informações de Helene Fouquet [Bloomberg, 31/7/09].