Os escritórios regionais de propaganda da China concluíram que a estratégia usada para lidar com a mídia estrangeira na cobertura do conflito entre as etnias han e a muçulmana uighur na cidade de Urumqi, no dia 5/7, foi um sucesso, revelou a agência de notícias estatal Xinhua. O primeiro confronto entre as etnias, ocorrido no fim de junho em uma fábrica de brinquedos, deixou dois mortos e resultou em protestos que ocasionaram a morte de mais 190 pessoas.
A princípio, na tentativa de impedir os relatos sobre a violência, o governo chinês chegou a bloquear ferramentas online como Twitter e Facebook, fechar sites de notícias e cortar linhas de telefones celulares. Alguns turistas também tiveram vôos cancelados. Nas semanas após os protestos em Urumqi, entretanto, repórteres estrangeiros tiveram liberdade para viajar e realizar entrevistas na cidade. ‘A abertura gerou confiança, os rumores foram cortados pela verdade, pela disseminação rápida e ampla da verdade’, afirmou Wang Zhen, vice-chefe do Departamento de Propaganda do Partido Comunista e diretor do Escritório de Informação do Conselho do Estado.
Ação de relações públicas
A decisão chinesa de trabalhar, desta vez, em conjunto com correspondentes, foi influenciada, em parte, pela cobertura negativa sobre como o país lidou com os conflitos no Tibete, quando houve censura à mídia, e devido à cobertura positiva do terremoto de Sichuan – quando as proibições à imprensa nacional e internacional foram temporariamente suspensas. Ainda assim, a mídia chinesa acusa a imprensa ocidental de uma cobertura tendenciosa no que se refere a assuntos como Tibete e a etnia uighur. Informações de Lucy Hornby [Reuters, 31/7/09].