Andry Rajoelina, líder da oposição de Madagascar e prefeito destituído de Antananarivo, está sob proteção desde domingo (8/3), quando sua emissora de TV ficou fora do ar, após autoridades terem intensificado a repressão a seu movimento antigoverno. Rajoelina acusa o presidente Marc Ravalomanana de transformar a capital em seu feudo pessoal.
Os protestos liderados por ele contra o presidente deram início a distúrbios no país, que causaram a morte de 135 pessoas e prejuízos na ordem de US$ 390 milhões no setor de turismo da ilha. ‘[Rajoelina] está em um local seguro, ainda na capital. Ele não vai abandonar as pessoas’, declarou um assessor, em condição de anonimato.
Helicópteros militares sobrevoaram a casa de Rajoelina nos últimos dias e forças de segurança impediram partidários da oposição de se reunir na Praça 13 de Maio – epicentro de revoltas populares desde que o país ganhou independência da França em 1972. ‘Forças de segurança atacaram as emissoras de TV e rádio Viva, que não estão mais no ar’, contou o jornalista Soava Andrianarotafik. Segundo fontes, os equipamentos de transmissão foram destruídos.
Em dezembro do ano passado, a TV exibiu uma entrevista com o ex-presidente exilado Didier Ratsiraka e foi suspensa – o que deu início à crise política. Muitos habitantes culpam o presidente pelos altos níveis de pobreza em um período de crescimento dos setores de minério e petróleo do país. Ravalomanana, empresário que começou a construir sua fortuna vendendo iogurte em uma bicicleta, negou qualquer abuso de poder e disse que vai concluir seu mandato, que vai até 2011. Madagascar abriu suas portas para diversas empresas multinacionais, como Rio Tinto e Sherritt International, para extração de cobalto, níquel e ilmenita. Informações de Richard Lough [Reuters, 9/3/09].