Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Mais esforço pela transparência de informações

Os repórteres do Washington Post freqüentemente usam o Ato de Liberdade de Informação para requisitar a divulgação de registros públicos. Editoriais alertam sobre os perigos dos sigilos governamentais. O jornal tem planos de processar agências do governo para forçar a entrega de documentos. Por se importar com o direito do público à informação e por sua localização e alcance, o Post deveria ter papel de destaque na luta pela transparência nos EUA. Mas passa longe disso, revela o ombudsman Andrew Alexander, em sua coluna de domingo [15/3/09]. Ainda há muito a ser feito.

Outros jornais são mais agressivos na luta pela causa. Sítios de internet também são bem mais eficientes em fornecer aos leitores acesso a dados governamentais. No ano passado, centenas de jornais participaram da Sunshine Week, campanha que pede por maior transparência do governo, por meio de artigos e editorias sobre o tema. Em 2005, Alexander ajudou a lançar a semana e continua ativamente nos esforços pelo aumento da liberdade de informação.

Sem misturas

No passado, o Post recusou-se a participar da Sunshine Week. O ex-editor-executivo Leonard Downie Jr. acreditava que a redação responsável pelas notícias não deveria trabalhar em conjunto com colunistas de opinião e executivos. ‘Eu sempre deixo a redação separada do editorial e dos executivos’, alegava ele. Seu sucessor, Marcus Brauchli, concorda com esta postura.

O ombudsman não vê o que poderia dar errado com o Post escrevendo de modo equilibrado sobre uma questão de política pública essencial aos leitores. Pete Weitzel, chefe de redação do Miami Herald, acredita que o Post deveria se comprometer com a transparência ao evitar o uso de fontes anônimas do governo. O repórter do Post Michael A. Fletcher reconhece que isto é frustrante. ‘Acho que concordamos [com a prática] pois estamos famintos pela informação’, opina.

Na rede, o Post disponibiliza acesso a informações governamentais, na seção ‘Local Explorer’, que traz, por exemplo, relatórios de crimes por áreas da cidade, transações imobiliárias, avaliações de escolas, dentre outros. ‘Os sítios dos jornais são o melhor lugar para registros públicos’, afirma Adrian Holovaty, que deixou o sítio do Post há alguns anos para fundar o Everyblock.com, que disponibiliza informações locais de diversas cidades, incluindo Washington.