O jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, circulou no domingo (31/1) com uma edição especial em comemoração ao seu 105º aniversário de fundação, transcorrido em 1/1. Um dos mais tradicionais veículos do interior paulista, o diário circula com a média de 13.500 exemplares de 2ª a sábado e de 23.500 aos domingos em 27 municípios da região.
A editora-executiva Rosana Zaidan e o editor-chefe Josué Suzuki falaram a J&Cia sobre o desempenho do jornal:
Que momentos marcantes poderiam ser destacados sobre o jornal ao longo desses 105 anos?
Rosana Zaidan – Foram vários os momentos marcantes: em 1930, o jornal foi ‘empastelado’ porque fazia resistência aos homens de Getúlio Vargas. Outro momento forte foi o da ideia de dividir as páginas para a venda dos ‘quadradinhos’, pelo proprietário, Orestes Lopes de Camargo. Os ‘quadradinhos’ geniais do ‘seu’ Orestes deram a receita para que o jornal nunca fechasse as portas. Foi uma solução caseira que garantiu a sobrevida ao veículo numa cidade onde a tradição oral – do rádio – sempre foi mais forte.
Depois, em 2003, o jornal passou pela primeira reformulação gráfica. Em 2006, com a transformação da empresa de Ltda. para S/A e a entrada do grupo Coutinho Nogueira, controlador da EPTV, uma nova fase privilegiou o conteúdo e deu origem à nova e marcante expansão gráfica e editorial.
Compromisso, qualidade e fidelidade
Como a empresa vê o atual cenário, em que a internet ganha cada vez mais espaço e a mídia impressa se vê ameaçada?
Josué Suzuki – Não vejo uma ameaça. Pelo contrário, a mídia impressa está cada vez mais forte. Mas é claro que para ser forte ela precisa estar sempre atenta. É preciso estar atualizada e ver no crescimento da internet uma oportunidade.
Quais os principais planos para 2010?
J.S. – O próprio site do jornal está entre as ações para este ano. Mas queremos melhorar o jornal com novos conteúdos, saber o que o leitor quer. O jornal precisa ser imprescindível.
Como está hoje a equipe de redação?
J.S. – Melhoramos muito, mas ainda há algumas lacunas que deverão ser preenchidas neste ano. As editorias caminham com liberdade e avaliamos nosso trabalho diariamente. Também adotamos uma política de valorização interna. Queremos profissionais que tenham compromisso com a notícia, com a qualidade editorial e fidelidade aos fatos. Sempre com isenção (N. da R.: dos 140 empregados da empresa, 44 são jornalistas).
Preocupação com o leitor
A mídia regional está ganhando espaço no país?
J.S. – Com certeza. Aliás, sou um defensor da mídia regional. Se juntar os grandes jornais do interior, por exemplo, você verá a força desse alcance, da informação. Não há como ignorar esse crescimento. E as pessoas estão buscando, cada vez mais, informações da sua localidade, da sua região, do seu cotidiano, sem perder o foco no macro. E quem melhor para atender esta exigência do que a mídia regional?
Como vê a chegada da Rede Bom Dia, com um novo conceito de jornal regional?
J.S. – É um trabalho ousado. O interior merece bons veículos de comunicação e percebo que, além do Bom Dia, os grandes jornais das principais cidades do estado também estão se organizando, melhorando, investindo. A preocupação com a qualidade, com o leitor, é cada vez mais latente.