Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornal enfrenta desafios para alcançar seu público

O diário Stars and Stripes, voltado aos militares americanos espalhados pelo mundo, costuma enfrentar sérios problemas de logística e segurança para chegar a seus destinos. No Afeganistão, por exemplo, já foi preciso que um motorista escondesse exemplares do jornal para passar por um posto de controle do Talibã. ‘Temos algumas das mais perigosas rotas de jornais do mundo’, diz o editor Terry Leonard.

Publicado sob a asa do Departamento de Defesa dos EUA, mas com conteúdo independente, segundo seu site, o diário tem edições na Europa, Oriente Médio, Japão e Coréia. Nas últimas semanas, entretanto, seu maior desafio tem sido alcançar a comunidade militar no Haiti. Acostumada a lidar com os riscos de uma guerra, a equipe do Stars and Stripes encontrou novos empecilhos diante do terremoto que assolou o país há três semanas.

Segundo Leonard, o principal problema é que não é possível, no caso do Haiti, que se faça muito planejamento para a entrega dos jornais. Com Porto Príncipe destruída, tornou-se impraticável a ideia de imprimir os exemplares no país. A distribuição também se revelou um problema: o transporte pela Marinha foi considerado impossível, deixando como opção viável os vôos que prestam socorro. ‘Nós sabíamos que nos primeiros dias de uma crise desta magnitude não se iria substituir [lugar no avião] para comida e água por jornais’, explica o editor. ‘Não estávamos tentando nos espremer nestes vôos’.

Os problemas justificam o atraso do Stars and Stripes, que começou a ser distribuído no Haiti apenas no último sábado [30/1], 11 dias após os primeiros soldados americanos chegarem ao país. Depois que os planos iniciais – em que um jornal local da Carolina do Norte imprimiria o diário militar e o envio seria feito por uma base aérea da região – deram errado e grande parte da operação de ajuda americana ao Haiti mudou-se para uma base militar na Flórida, o Stars and Stripes também rumou ao sul do país, e passou a ser impresso pelo jornal Sun-Sentinel, em Fort Lauderdale. Nestes primeiros dias, a distribuição tem sido modesta, com cerca de mil cópias diárias chegando ao Haiti para 12 mil soldados – mas espera-se que seja ampliada em breve. Informações de Richard Pérez-Peña [The New York Times, 1/2/10].