Quatro jornalistas da Bielorrússia, Camarões, Irã e Israel que continuaram a trabalhar mesmo diante de intimidação, ameaças e ataques foram homenageadas esta semana pela Fundação Internacional das Mulheres na Mídia. Agnes Taile, de Camarões, que foi agredida até quase a morte por seu trabalho em uma emissora de rádio; Iryna Khalip, correspondente do jornal russo Novaya Gazeta em Minsk; e Jila Baniyaghoob, editora-chefe do site iraniano Kanoon Zanan Irani, receberam o Prêmio Coragem em Jornalismo. Já Amira Hass, jornalista do diário israelense Haaretz, que por 20 anos cobriu as políticas israelense e palestina dentro de território palestino, foi homenageada com o prêmio Lifetime Achievement (prêmio pelo ‘conjunto da obra’). Ela é crítica tanto de Israel quanto dos palestinos.
Iryna disse que ‘ditaduras não gostam de jornalistas’ e centenas de colegas perderam seus empregos porque o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, destruiu a imprensa independente. Ela própria já foi detida e agredida pela polícia. ‘Quero garantir a vocês que continuarei a escrever a verdade e falar abertamente sobre a situação na Bielorrússia’, afirmou.
Agnes, por sua vez, já foi severamente agredida e por conta disso ficou incapaz de se comunicar por meses. Ela recebeu a homenagem em nome do seu ‘sofrimento, frustrações e desespero’ causados pela pobreza e corrupção do país. A repórter trabalhava para uma emissora de rádio local quando foi atacada por criticar o presidente Paul Biya. Posteriormente, chegou a trabalhar para o Canal 2 International, mas perdeu seu emprego em junho.
Jila foi presa em junho, após protestos por conta das polêmicas eleições iranianas. Ela não compareceu à cerimônia. Apesar de ter sido libertada em agosto, seu marido, o também repórter Bahman Ahmadi Amoyee, permanece detido na penitenciária de Evin, em Teerã. Informações da AP [20/10/09].