AGREGADOR
Site agrega conteúdo de revistas
‘Ao mesmo tempo que dispersa, a web tem ferramentas que centralizam conteúdo. Neste sentido, Jian Chai, estudante da Universidade de Michigan, criou o Maggwire, um hub de revistas, que agrega em um único ambiente o conteúdo de diversas delas.
O conteúdo de mais de 650 revistas (por enquanto, somente em inglês) é agregado e separado por temas. É mais ou menos como um Google News das revistas.
Em breve, em parceria com editoras, o site deve lançar um serviço freemium, com base em customização de conteúdo.’
JORNALISMO CIDADÃO
Mais um site de jornalismo cidadão chega ao fim
‘Mais um exemplo de que inovação nem sempre gera rentabilidade. O site espanhol Soitu.es, considerado de jornalismo cidadão, fechou as portas. Mais um.
O principal investidor do projeto, o grupo BBVA, desistiu da empreitada. Pelo menos, o Soitu não virou um elefante branco antes de seu fim.
Dessa forma, vai ratificando algo que comentei. No final das contas, sobreviverão os projetos ligados a grandes empresas de mídia, como o iReport, que têm um constante e consistente respaldo jurídico e econômico por trás.
Do ponto de vista de negócios, é bem complicado o chamado ‘jornalismo cidadão’ ter renda direta capaz de sustentar uma produção mais consistente, até por que acredito que seja algo ligado bem mais a uma economia não-monetária, em que as moedas são reputação e atenção.’
POLÍTICA NA REDE
Google e Obama (um caso de amor)
‘Na mesma semana em que o Facebook contrata um jornalista para melhorar a sua comunicação em Washington, o site da revista Fortune publicou um artigo sobre algo que já havia comentado por aqui, sobre a linha tênue entre a Google e o governo americano.
A matéria assinada pelas jornalistas Jia Lynn Yang e Nina Easton mostra que a lua de mel entre Obama e a Google é antiga. Começou em 2004, quando o político visitou o QG da Google, na Califórnia, fato que está registrado em seu próprio livro ‘The Audacity of Hope’.
A partir daí, foram vários capítulos. Executivos e funcionários da Google tornaram-se doadores da campanha de Obama. Doaram aproximadamente US$ 803 mil, sendo que Eric Schmidt, atual diretor geral da Google, atuou na equipe de transição do presidente americano. O capítulo mais recente foi o fato de executivos da Google serem indicados para cargos no governo Obama.
Recentemente, Andrew McLaughlin, chefe global de políticas públicas da Google, deixou a empresa para assumir o cargo de diretor do gabinete de tecnologia de Obama.
Google e Obama tem afinidades do ponto de vista de ‘cultura corporativa’. Mas essas afinidades podem ajudar a Google em muitos casos. Atualmente, em Washington, a empresa se prende a 4 questões – neutralidade da internet, acusações de monopólio (caso Google Books), violação de privacidade, além de conflitos de interesses (executivos da Google estão ligados à diretoria da Apple).
Do ponto de vista jurídico, a empresa estaria cada vez mais entrincheirada nestas questões.
Parece que a Google aprendeu por osmose com a Microsoft, que demorou anos para perceber a importância de ter pessoas que defendam os seus interesses em Washington. Segundo o livro de DearLove, a Microsoft somente percebeu isso após sofrer o processo por monopólio no caso do IE.’
INTERNET INTELIGENTE
Contra os sites ‘burros’ de notícias
‘Infelizmente neste ano não consegui acompanhar a Pop!Tech. Acompanhei somente via streaming a apresentação de Nick Bilton, profissional que admiro bastante, pois temos uma visão em comum – os atuais sites de notícias são ‘burros’.
A ideia é bem simples. A maioria dos sites de notícias não sabe as nossas preferências nem o que acabamos de ler. Pior ainda, as suas plataformas não se falam.
Se eu acesso um site no celular no caminho para o trabalho e depois acesso o mesmo no desktop, no escritório, ele não sabe quais notícias já li, repete as mesmas matérias e manchetes, o que gera redundância, resultante da falta de integração e ‘inteligência’ entre as plataformas.
Se eu estou num aeroporto, o site mobile deveria deixar em destaque notícias sobre voos e condições do tempo. Se eu estou em trânsito, o site deveria destacar mais notícias sobre tráfego e, quem sabe, ditar as notícias, já que estou com as mãos no volante e não posso ler.
Enfim, o conteúdo deveria se adaptar ao dispositivo, à ocasião e à localização do usuário. Bilton chama isso de ‘conteúdo inteligente’.
Eu acho que seria mais sobre ‘plataformas inteligentes’.
Hoje temos tecnologias de sensores, de localização. Durante a navegação, muito se recolhe a respeito de informações sobre os usuários, porém isso ainda se reflete muito pouco na experiência do usuário, do ponto de vista de exibição e mesclagem de conteúdo jornalístico.
Não sei quanto a Bilton (nunca tive a oportunidade de falar isso com ele), mas acredito que o próximo grande passo dos sites de notícias e jornais não é colocar o seu conteúdo acessível em diversas plataformas, mas seguir por esse caminho, adicionar ‘inteligência’ a essas plataformas.
Ser multiplataforma, portanto, não seria mais novidade para os grandes sites de notícias. O próximo degrau seria ter plataformas que se falassem, que aprendessem com a nossa navegação. Em suma, ‘plataformas inteligentes’ de jornalismo.
No final das contas, o que os sites de notícias ofereceriam não seria notícias, mas esse ‘conteúdo inteligente’.
Para encerrar, foi citado um caso que não conhecia. Publick Occurrences, considerado o primeiro jornal na América, vinha com a última folha em branco, para que o leitor pudesse escrever algo quando passasse o jornal para frente, para outra pessoa ler.
Ou seja, já havia um senso de conversação e ‘interatividade’ na mídia impressa. Isso em 1690. Imagina se na época eles tivessem lido o livro do Picciarelli.’
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