No ano passado, declarações furiosas de membros do Congresso americano foram o bastante para que alguns provedores de internet desistissem de planos de apresentar aos internautas anúncios baseados no perfil dos sítios que visitam.Na semana passada, o democrata Rick Boucher, presidente do Subcomitê de Comunicações, Tecnologia e Internet da Câmara dos Representantes, questionou se tal prática deveria tornar-se ilegal. ‘O fato de um provedor poder rastrear cada movimento de um internauta, gravar os detalhes de cada busca e ler cada e-mail é alarmante’, afirmou o deputado durante uma audiência.
Leslie Harris, do Centro para Democracia e Tecnologia, grupo apoiado pelo Google e outras empresas de internet, sugeriu que o Congresso limitasse o uso deste tipo de anúncio e também desenvolvesse uma legislação que estabelecesse regras sobre privacidade, independente da tecnologia usada. Defendendo a prática, por sua vez, estava Kyle McSlarrow, executivo-chefe da Associação Nacional de TV a Cabo. Segundo ele, a tecnologia que permite os anúncios personalizados seria útil para detectar e evitar vírus, além de proteger assinantes de invasões em seus computadores. McSlarrow também sugeriu que as informações para os anúncios fossem baseadas em grupos – como, por exemplo, donos de cachorros – e não indivíduos.
A audiência do Subcomitê sobre o tema representa o começo do trabalho de Boucher e do deputado republicano Cliff Stearns a fim de incentivar a criação de uma legislação mais abrangente sobre privacidade. Os dois sugeriram uma proposta de lei há quatro anos que definia o tipo de aviso e permissão que empresas deveriam buscar para os vários tipos de coleta de dados na internet. Outras audiências estão previstas para debater o assunto. Informações de Saul Hansell [New York Times, 24/4/09].