A jornalista Roxana Saberi, condenada a oito anos de prisão no Irã por espionagem, irá ao tribunal na próxima semana para apelar do veredicto. Roxana, que mora no país há seis anos e tem dupla nacionalidade americana e iraniana, foi condenada em um julgamento relâmpago, em abril. Ela havia sido presa em janeiro sob acusação de trabalhar com a credencial de imprensa vencida; posteriormente, foi acusada de espionagem para os EUA. O governo americano, que já fez apelos pela soltura da jornalista, refuta a acusação.
Logo após o veredicto, há duas semanas, Roxana deu início a uma greve de fome – encerrada nesta terça-feira (5/5), segundo seu pai, o iraniano Reza Saberi. No fim da semana passada, ela parou de beber água e precisou receber cuidados médicos na penitenciária de Evin, em Teerã, onde é mantida. Na ocasião, Reza afirmou que a filha, de 32 anos, estava ‘muito fraca’. Questionado, o porta-voz do judiciário iraniano, Alireza Jamshidi, declarou não ter informações sobre a greve de fome e ressaltou que a jornalista está em boas condições de saúde.
Jamshidi disse ainda que o caso foi levado para a corte de apelações e está sendo analisado. ‘Foi marcada uma data [de audiência] para a próxima semana’, completou, sem fornecer detalhes. Segundo o advogado de Roxana, Abdolsamad Khorramshahi, a audiência deve ser realizada no início da semana, mas acredita-se que deverá ser fechada ao público – como ocorreu com o julgamento.
A jornalista trabalhava no Irã como freelancer para veículos internacionais, como a rede britânica BBC e a americana National Public Radio. Sua credencial de imprensa havia expirado em 2006. Quatro membros americanos da organização Repórteres Sem Fronteiras deram início a uma greve de fome no fim de semana, em frente ao prédio da ONU em Nova York, em protesto pela soltura de Roxana. Informações da Reuters [5/5/09] e da AP [6/5/09].