A última quinta-feira foi memorável nos anais da imprensa. Um dos mais importantes colunistas políticos e um dos mais estridentes críticos do presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu um artigo pedindo desculpas aos leitores e também ao presidente da República porque no dia anterior o criticara pelo uso indevido de um texto de Maquiavel.
Procedimento pouco usual quando se sabe que o autor alinha-se abertamente no campo da oposição. Chama mais atenção o fato de que o texto da errata saiu do mesmo tamanho da acusação. E na mesma página, o que em outras circunstâncias necessitaria de uma sentença judicial, foi feito zelosamente por um profissional preocupado com a credibilidade do seu desempenho. Isto é inédito.
Na agenda deste Observatório também consta a matéria da última edição da Veja sobre os saques ocorridos nas regiões assoladas pela seca. A revista acusa o MST de organizar estas ações como um espetáculo para a mídia.
A denúncia é grave: atinge tanto os organizadores dos motins como os jornalistas que se deixaram engabelar. A partir de agora, a mídia vai passar a vigiar a mídia, tudo ficará diferente.
No campo internacional temos a notícia de que os repórteres do New York Times que deram o furo sobre o novo tratamento do câncer haviam contratado antes um agente literário para vender os direitos do livro que escreveriam sobre o assunto. Jornalistas podem e devem escrever livros, mas é impróprio antecipar a promoção de um futuro livro através da própria atuação jornalística.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm