Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Série sobre os Kennedy cancelada por erros históricos


Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


 


TELEVISÃO


Dave Itzkoff, do New York Times


Por erros históricos, canal cancela série sobre a família Kennedy


Uma minissérie de alto orçamento sobre a Presidência de John F. Kennedy nos EUA não será exibida pelo History Channel, informou o canal.


Mesmo depois de filmada, ela vinha sendo criticada por suas imprecisões históricas.


‘Os Kennedys’ seria a primeira grande aposta do History Channel em programas seriados e contava com um elenco de peso.


Mas na sexta o canal emitiu uma declaração em que dizia que essa ‘dramática interpretação’ da história dos Kennedy, filmada e preparada para lançamento no outono americano, ‘não se encaixa no estilo do History’.


Em dezembro de 2009, o canal anunciou que deu a produção da série a Joel Surnow, vencedor do prêmio Emmy, criador e produtor executivo da série ‘24 Horas’, de teor conservador.


À época, Surnow disse que poderia conduzir a série de maneira justa. ‘Nós não estamos fazendo julgamentos sobre suas decisões políticas [dos Kennedy]. Esta é uma história de família.’


Mas em fevereiro do ano passado, a série foi criticada por um grupo de historiadores que teve acesso aos primeiros esboços do roteiro.


Entre os críticos estava Theodores C. Sorensen. ‘Todas as conversas com o presidente no Salão Oval ou qualquer outro lugar das quais eu, segundo o roteiro, participei, jamais existiram’, disse o ex-conselheiro de Kennedy, morto em outubro.


O History Channel disse que os roteiros em questão eram rascunhos.


O elenco inclui Greg Kinnear como o presidente Kennedy, Katie Holmes no papel de Jacqueline e Tom Wilkinson como Joseph Kennedy.


 


 


QUESTÃO AMBIENTAL


Ricardo Young


Que lógica?


Quem assiste à TV deve ter notado a substituição do noticiário policial pelas tragédias ambientais. As inundações estão por toda a parte. Repetem-se neste verão o desespero da população e a incompetência das autoridades frente à violência das chuvas. São cidades e cidades inundadas.


Os que buscam o litoral neste período têm-se surpreendido com o número de praias impróprias para banho dados a quantidade de coliformes fecais vivos encontrados pela Cetesb, a falta de abastecimento de água e o agravamento da situação do lixo.


A questão ambiental, ao que parece, começa a chamar mais a atenção da grande mídia à medida que se agravam os dramas humanos. Quanto às autoridades… Estas parecem não perceber que há uma nova lógica na gestão pública que precisa orientar as políticas governamentais.


A SOS Mata Atlântica mostrou que, dos 43 corpos d’água (rios e lagos) pesquisados em 12 Estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, nenhum possui suas águas em boas condições. O quadro é mais que preocupante: 70% estão em condições apenas regulares; 25%, ruins; 5%, péssimas.


Outra constatação é que a baixa qualidade das águas se deve mais à poluição por esgoto que por efluentes industriais. Aliás, justamente aquela de responsabilidade exclusiva do setor público, que mostra capacidade reguladora inversamente proporcional a de gestora.


Com 80% da população em cidades com crise habitacional, crise de abastecimento de água e ausência de saneamento, vê-se que as politicas públicas não se prepararam para a era da sustentabilidade.


Pena e constrangimento foi o que provocou uma cena recente mostrada na mídia. Uma senhora, toda feliz, agarrada à sua TV de 45’, recém-arrematada em uma megaliquidação, seguida de outra cena onde uma dona de casa, com água pela cintura, chorava a perda, pela enésima vez, de todos os seus bens na inundação.


Está na hora de as autoridades entenderem que não haverá qualidade de vida se saneamento, tratamento de esgotos, gestão de recursos hídricos e política habitacional preventiva não estiverem no centro das agendas municipais.


A crise ambiental é séria, e o número de cidades vitimadas é crescente. A lógica da gestão pública tem de mudar. É na infraestrutura das cidades, nos subterrâneos das ruas, nas periferias longe dos holofotes, nas várzeas de rios, nas encostas de morros e nos aterros sanitários que reside a nova lógica das políticas públicas.


De nada adianta o acesso aos bens de consumo se as condições para que a população de baixa renda possa usufruí-los não forem garantidas pelo poder público.


Se essas questões não forem enfrentadas com coragem, veremos a exuberância do crescimento econômico oprimindo o desenvolvimento em vez de garanti-lo.


 


 


Keila Jimenez


Quem subiu e quem caiu na TV por assinatura em 2010


O ranking de audiência da TV paga em 2010, obtido pela Folha, mostra que a dança de cadeiras segue entre os mesmos na liderança, mas que o ano que passou mexeu com peças desse tabuleiro, em comparação a 2009.


Segundo levantamento nacional, com público com idade acima de 4 anos, o Discovery Kids continua líder na TV por assinatura, mas com uma diferença mais apertada em relação ao segundo lugar, o SporTV. O infantil foi de 0,33% (2009) de audiência para 0,31% (2010). O ano de Copa empurrou o esportivo de 0,26% de audiência (2009) para 0,28% (2010).


Na frente do Disney Channel em 2009, o Cartoon foi ultrapassado pelo concorrente no ano passado.


Em ano de eleições, guerra contra o tráfico no Rio e resgate dos mineiros no Chile, os noticiosos cresceram.


A Globonews manteve-se entre os dez mais assistidos em 2010. Já Band News e Record News subiram um pouquinho no ranking.


Entre os que perderam público está o Universal Channel, que passou da 7ª colocação no ranking, em 2009, para a 11ª, em 2010, e os canais de séries Sony e AXN. A Warner manteve o mesmo ibope do ano anterior.


O Megapix aparece entre os canais que praticamente dobraram sua audiência de um ano para o outro.


Despejo Paulo Cesar Peréio foi trocado por Jonas Mello após ter faltado ao workshop de ‘Amor & Revolução’, nova novela do SBT.


Plano Fugindo do ‘BBB 11’ (Globo), a estreia de ‘Amor & Revolução’ ficará para abril.


Suspense Marcela (Isis Valverde) terá dois finais gravados em ‘Ti Ti Ti’ (Globo): com Edgar (Caio Castro) e com Renato (Guilherme Winter).


Descanso Boris Casoy sai de férias em fevereiro e volta à bancada do ‘Jornal da Noite’ (Band) em março.


Tensão A notícia de que Britto Jr. deve ganhar um talk show na Record jogou areia nos planos similares de Gugu. Ciumeira à vista.


A pergunta é Por que o canal Liv exibiu, duas semanas depois do Natal, o longa ‘Um Natal Muito, Muito Louco’? Programador de férias?


Filho Tuca Andrada (ex-Record) voltou com tudo para a Globo. Ele fará participação especial em ‘Insensato Coração’, nova trama das 21h, e estará em ‘Cordel Encantado’, próxima das 18h. ‘Fui chamado para ‘As Cariocas’, mas não pude, estava no teatro.’


O número é A boate cenográfica de ‘Insensato Coração’ tem espaço para 200 pessoas na pista e 250 na plateia do palco. Haja figurante!


Tour Hebe fará um tour, como convidada especial, pelos programas da Rede TV! antes de estrear.


 


 


INTERNET


Álvaro Fagundes


Anúncio no Facebook é mais caro no Brasil


O Brasil ainda não está entre os dez maiores mercados em número de usuários do Facebook, mas já está se tornando importante fonte de receita para a empresa.


Os anúncios no site para o mercado brasileiro são o terceiro mais caro do mundo, ficando atrás só do preço das publicidades veiculadas na Rússia e na Austrália, mostra levantamento da Folha com todos os 214 países em que o Facebook tem usuários.


Para o dia 21 de dezembro, um anúncio no Brasil era vendido por US$ 1,27 (cerca de R$ 2,14) o clique, US$ 0,04 mais que para os EUA, o maior mercado disparado do Facebook, com 147 milhões de usuários, segundo estimativas do próprio site.


No Brasil, o Facebook possui 8,8 milhões de usuários -é o 17º maior mercado da rede social, atrás de países como Argentina e Colômbia.


Os preços da publicidade do Facebook são definidos leilão: o anunciante faz uma oferta (o site tem preços sugeridos) e concorre com pessoas com anúncios similares. Portanto, quanto maior a procura, mais alto o preço.


Os altos valores cobrados pela publicidade no Brasil (os anunciantes podem escolher fatores como idade, sexo e região do público que pretendem atingir) mostram o crescente interesse no país.


Também é importante que o site tem se expandido no país principalmente entre o público de classe média, com maior poder aquisitivo.


SEGMENTAÇÃO


Pelas simulações no site também é possível saber, por exemplo, que o valor de anúncio direcionado para Recife, Salvador e Fortaleza (que concentram cerca de 5% dos usuários do Facebook) é superior ao que vai para Rio e São Paulo, com mais da metade dos usuários do país.


Outra característica: publicidade para mulher (são maioria no site -116 para cada 100 homens brasileiros) é mais cara. Nos Estados Unidos, é o inverso.


Como o processo é um leilão, os preços variam, mas essa oscilação é de poucos centavos por dólar -hoje os anúncios estão mais baratos que em dezembro porque este último período é marcado pelas festas de fim de ano.


O Facebook não tem ações em Bolsa e não divulga balanço financeiro, por isso não é possível saber quanto fatura com publicidade.


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


 


BANDA LARGA


O ICMS nas telecomunicações


O coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e secretário da Fazenda da Bahia, Carlos Martins Marques Santana, admitiu discutir as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a internet de banda larga. Além de ser um programa do qual o governo federal pretende tirar proveito político, a banda larga é um serviço essencial aos negócios. Está sujeita, no entanto, a uma das maiores tributações do mundo.


Famílias e empresas usuárias de telecomunicações pagam, em média, entre 40% e 63% de tributos sobre esses serviços, o que reduz o acesso a eles e tolhe o desenvolvimento de programas educacionais e sociais. A tributação do ICMS sobre telecomunicações é, de fato, questão complexa, admitiu Santana em entrevista ao jornal Valor, pois tem implicações sobre a receita tributária dos Estados. ‘Será necessário discutir essa proposta dentro de questões mais globais’, acrescentou.


Ao lado da energia elétrica e dos combustíveis, o ICMS sobre telecomunicações é uma das principais fontes de arrecadação dos Estados e chegou a representar 12,4% da receita nacional do ICMS, em 2005 – porcentual que declinou para 11% entre janeiro e outubro de 2010, segundo o Confaz. Ainda é muito, não apenas do ponto de vista da arrecadação, mas também do bolso dos consumidores.


Em Estados como São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, a alíquota nominal do ICMS é de 25%. Chega a 27%, na Bahia; a 28%, em Pernambuco; a 29%, em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná; a 30% no Rio de Janeiro e em Mato Grosso; e culmina com os 35% cobrados em Rondônia. É bem mais do que a alíquota geral do ICMS, de 18%.


E se às alíquotas do ICMS forem acrescidas as do PIS e da Cofins, a tributação efetiva total sobre os serviços de telecomunicações é de, no mínimo, 40,15%, em São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul e em mais 10 Estados, e, no máximo, de 62,99%, em Rondônia, segundo dados do SindiTelebrasil e da consultoria Teleco, especializada no setor.


Os serviços de banda larga propiciam, por enquanto, contribuição modesta na arrecadação do ICMS, de cerca de 13% da arrecadação total do imposto, mas a tendência é de crescimento. Entre 2000 e 2009, o número de usuários da banda larga aumentou de 200 mil para 11,4 milhões – e o Plano Nacional da Banda Larga (PNBL) prevê o atendimento de 40 milhões de usuários até 2014.


A expansão da banda larga será tanto maior quanto menores forem os ônus tributários impostos pelos três níveis de governo. O acesso universalizado à banda larga dependerá mais das operadoras privadas de telecomunicações, como parece reconhecer o Ministério das Comunicações, do que da Telebrás. Esta foi quase totalmente desativada após a privatização da telefonia, nos anos 90, e ressuscitada no final do governo Lula, para executar o PNBL.


Uma queda de braço em torno do ICMS, entre as operadoras e os Estados, está em curso há muito. A novidade é o reconhecimento por membros do Confaz – colegiado formado pelos secretários de Fazenda dos Estados, que só decide pela unanimidade de seus membros -, de que a voracidade tributária é empecilho à expansão dos serviços e o resultado final é prejudicial à receita dos Estados. Isto ficou demonstrado, por exemplo, quando a redução do IPI sobre veículos ajudou as vendas da indústria automobilística e propiciou mais arrecadação para o governo federal.


Foi insuficiente o que o Confaz fez, até agora, para desonerar a banda larga: os Estados foram autorizados a fazer convênios com as operadoras para a concessão de benefícios de ICMS para a banda larga popular. Mas os convênios tiveram pouca adesão, circunscrita a São Paulo, Pará, Amapá, Ceará e o Distrito Federal.


Enquanto se espera por uma reforma tributária ampla, capaz de desonerar folhas de salários e produção e estimular a atividade, que se abra um debate sério sobre a tributação das telecomunicações, entendidas como fator essencial para a atividade econômica e o bem-estar da população.


 


 


TELEVISÃO


Globo leva ‘Cuchicheos’, ou ‘Ti-ti-ti’, à Natpe


A Globo segue para Miami no dia 26, quando começa a 48.ª Natpe, feira com produtores e distribuidores do mundo todo. Na bagagem, leva 21 títulos de seu catálogo, com novelas, coproduções, dramas, formatos, séries e documentários. Cama de Gato vira Cat’s Gradle ou Cuna de Gato. Passione se mantém como vocábulo italiano. Escrito nas Estrelas se transforma em Written in the Stars / Escrito en las Estrellas e Ti-ti-ti, em The Buzz ou Cuchicheos. A minissérie A Cura é rebatizada como Miracle Hands / La Cura. E sabe o que é The Cleaning Lady, ou Sirvienta a Domicilio? A Diarista. Os Clandestinos, exportado como The Dreamers / Soñadores, tem seu formato oferecido para venda.


Quase gêmeos


Pedro Bial (E) abraça o irmão, Alberto (D), técnico de basquete, diante de um streetball, em Miami, EUA. Foi cena promovida pela Globo para o Estrelas de verão, de Angélica, no ar a partir do dia 15, mas gravada antes que Bial se entregasse à sua porção Chacrinha, na animação do BBB11.


70


É o número capítulos que Gilberto Braga e Ricardo Linhares já escrevem para Insensato Coração, novela das 9 que estreia na próxima segunda-feira, na Globo.


‘Em restaurante de hotel, a gente pedia licença ao cozinheiro e preparava a comida.’ Tony Bellotto, referindo-se aos Titãs, no Que Marravilha!. GNT, quarta, às 22h


A nova classe C, seus anseios, angústias e hábitos, foi alvo de palestra para a equipe do jornalismo da Globo. A meta é aproximar o foco do noticiário da emissora ao comportamento de um público que hoje representa 50% do País.


A Globo defende, por meio de sua assessoria de imprensa, que ‘o jornalismo comunitário sempre esteve presente nas pautas da Rede Globo’ e que ‘de tempos em tempos são promovidos encontros, seminários e workshops com profissionais do jornalismo sobre temas da atualidade’.


No Rio, a Globo lança hoje campanha para selecionar 16 espectadores dispostos a filmar seu olhar sobre a cidade, sem interesse no Leblon de Manoel Carlos. Busca gente do Alemão, Cidade de Deus, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Gonçalo, Campo Grande, Tijuca e Copacabana.


Tratado como ‘parceria’ entre Globo e telespectador, o projeto do RJ-TV deve ganhar versão em São Paulo e Brasília neste semestre.


Silvio de Abreu assegura que Passione não terá desfecho diferente para Portugal, como aconteceu com A Próxima Vítima. ‘Não há essa hipótese’, diz o autor à coluna.


‘A Próxima Vítima foi o primeiro sucesso da SIC e, na época, se achava que o interesse do público português diminuiria, caso se soubesse o final com antecedência’, diz Abreu. ‘Mas, assim que gravamos o final português aqui, os jornais revelaram e saiu em Portugal… Como isso não afetou a audiência lá, vimos que o esforço é inútil.’


Mote certo de belas imagens, o Mundial de Patinação Artística, este ano no Brasil, em novembro, terá transmissão exclusiva do SporTV.


O Multishow foi líder de audiência no réveillon com o show de Beyoncé. O ibope foi 201% maior do que o marcado pelo 2.º lugar.


 


 


 


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