Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Debates eleitorais

Você se lembra das queixas sobre as prévias logo depois do primeiro turno? Lembra que todos reclamaram contra a falta de debates? Pois é. Agora na reta final do segundo turno, diante dos debates no rádio e na Tv, os jornais estão concluindo que o problema é o baixo nível da discussão.


O debate de idéias e programas foi substituído pelo denuncismo vazio e por grosseiras acusações pessoais. Entende-se porque os marqueteiros dos candidatos tenham chegado a este tipo de apelação: querem chegar aos segmentos menos esclarecidos e mais numerosos, acostumados pelo Ratinho e pelo Leão a esse tipo de violência verbal.


O que não se entende é que a mídia que reclamou da falta de substância no primeiro turno, agora se entregue extasiada ao banquete de escândalos. Cria-se um círculo vicioso em que os candidatos concentram-se nos ataques pessoais porque a mídia lhes dá o respaldo e a mídia concentra-se neles porque lhes oferece muitos dias de repercussão. Generaliza-se o fenômeno do populismo não apenas por inclinação e feitio dos postulantes mas porque o sistema mediático e o processo político estão enganchados numa mesma direção.


Mas pelo menos num caso a própria organização do debate acabou por comprometê-lo. Foi no primeiro confronto Covas-Maluf, domingo último, pela Rede Bandeirantes onde falhas graves na sua condução puseram em risco sua confiabilidade.


Se as emissoras de rádio e Tv querem assumir o papel ativo no processo eleitoral devem preparar-se cuidadosamente e, sobretudo, não permitir que pequenos deslizes coloquem em dúvida a sua imparcialidade. Afinal, foram pequenos deslizes que criaram tanta celeuma no primeiro turno.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm