Você leitor de jornais e espectador dos telejornais está entendendo tudo sobre o tumulto cambial? Sabe a diferença entre unificação e centralização do câmbio? Em outras palavras o noticiário de economia consegue esclarecer completamente as dúvidas do cidadão médio?
As palavras estão sendo usadas com propriedade ou buscam a dramatização apenas? Na última edição da revista Época o famoso guru dos economistas americanos, James Tobin, diz que jornalistas não entendem de economia. Disse que formulou a teoria do cesto dos ovos para lhes explicar o seu raciocínio.
No noticiário sobre a votação da contribuição dos inativos na semana passada o Governo, embora vitorioso, fez questão de não demonstrar alegria. No entanto a manchete deste jornal e de alguns telejornais usou a palavra comemorar. Foi próprio ou impróprio? Foi verdade ou exagero?
No domingo, a Folha publicou um solene editorial de primeira página o que é raro. Mas neste editorial o jornal defende abertamente a adoção de uma política extremada – a centralização cambial. A proposta agitou os mercados e provocou um desmentido formal do Governo.
Pergunta-se: deve um jornal atrelar-se a uma doutrina, no caso tão radical, ou deve manter eqüidistante de todas as opções? O que espera a sociedade da sua imprensa – informação isenta e esclarecedora ou tomada veemente de posições?
James Tobin talvez tenha feito uma generalização injusta. Mas numa situação em que o dólar flutua, o jornalista não pode boiar.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm