A imprensa já foi chamada de quarto poder, hoje há quem diga que o quarto poder pertence ao Ministério Público.
Qualquer que seja a sua colocação na hierarquia institucional é importante registrar que a imprensa é um poder encarregado de fiscalizar os demais. Para preservar o equilíbrio institucional.
E, no entanto, a imprensa está acompanhando com certa frieza uma ameaça que paira sobre um dos poderes sem dar-se conta dos perigos que isso representa para ela e para o próprio regime. Quaisquer que sejam as justificativas, esta CPI do Judiciário representa um perigo institucional.
A imprensa certamente reclamaria se alguém tivesse a idéia de fazer uma CPI sobre a imprensa. Uma coisa é promover a reforma do Judiciário, outra é colocar o Senado como juiz dos juízes.
O que está faltando dizer é que se há descalabros no Judiciário eles não apareceram e, por isso, se multiplicaram justamente porque a imprensa trata os juízes com uma deferência que não tem com membros do Executivo ou do Legislativo.
Nesta discussão sobre a CPI do Judiciário a imprensa tem duas culpas: não cobriu o que deveria ter coberto e agora está cobrindo como se isso não a afetasse. Voltaremos ao assunto.
Assista ao compacto desse programa em:
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