O repórter e colunista da Folha, Fernando Rodrigues, revela hoje que o ex-ministro José Dirceu falou pelo celular com o petista acidental, Delcídio Amaral, presidente da CPI dos Correios, enquanto Renilda de Souza, mulher de Marcos Valério, ainda depunha à comissão – mas depois que ela contou por iniciativa própria, com local e data, que Dirceu teve duas reuniões com os banqueiros do Rural e do BMG.
Do telefonema resultou um jantar entre os dois, naquela mesma terça-feira.
Do jantar, segundo o repórter, resultou o adiamento, para a semana que vem, da votação que decidirá se e quando Dirceu será chamado a falar à CPI.
Do adiamento, por sua vez, resultou outro da mesma massa, dessa vez beneficiando o senador, presidente do PSDB e ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, cujos aliados – se não ele próprio – receberam ‘doações não-oficiais’, via Valério, para a campanha de 1998, conforme revelou o Globo.
Em outro desdobramento, noticia-se também hoje que o PL – do vice-presidente José Alencar e do deputado Valdemar ‘Boy’ Costa Neto, o que batia na então mulher dele, Maria Cristina Mendes Caldeira – emite sinais de que poderá desistir de pedir a cassação do mandato do denunciador do mensalão, Roberto Jefferson. Quando este depôs no Conselho de Ética da Câmara, Valdemar só faltou pular no seu pescoço.
É hora de pressionar pelo fechamento da pizzaria antes que o seu forno comece a operar a plena carga.
E por falar em pizzaria, não sei se vocês já sabiam, mas eu soube só ontem que, entre as preciosidades do léxico do professor Delúbio, está a de que ele dizia não querer tratar em público de assuntos de ‘forno íntimo’.
Mesmo os ‘indignados’ com a corrupção, como o presidente Lula falou ontem que se sentia, têm direito a uma pausa para uma risada.