Você é leitor ou leitora de revistas semanais? Sabe para que servem? Pela tradição, as revistas semanais devem oferecer a complementação ao que correu na mídia durante a semana. Devem refletir o que aconteceu. Com isso, o leitor que desgarrou-se do noticiário num determinado dia ou aquele que não conseguiu entender alguma questão tem a oportunidade de não ficar à margem. Significa que as revistas semanais são uma peça importante no processo de converter o leitor num cidadão.
Mas não é bem isso que está acontecendo enquanto as crises se sucedem, nossas revistas semanais estão embarcando no perigoso caminho das amenidades deixando de lado a sua função esclarecedora. Adotaram a linha do almanaque de saúde e auto-ajuda, deixando de lado sua função esclarecedora.
É certo que uma capa sobre um novo remédio ou uma nova doença é mais vendável do que uma capa sobre a Guerra na Iugoslávia. Pergunta-se: o que é mais vendável é necessariamente o que deve prevalecer? A explicação é sempre a mesma: as leitoras preferem assuntos leves, porque elas é que comandam o ato de comprar.
Desculpa duplamente infeliz: a mulher brasileira não é alienada e, além disso, essas revistas vivem de assinaturas e não dependem tanto da venda em banca. Mas o que chama mesmo a atenção é que, às vezes, as revistas deixam de lado as amenidades para atender a sua função pública. E o fazem muito bem.
Se nossas revistas são capazes de um jornalismo afirmativo devem explicar porque não o praticam sempre.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm