Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Mitos

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Você lembra quem começou a derrubada de Collor? Bem, quem derrubou Collor foi o próprio Collor mas quem mostrou que isso precisava ser feito imediatamente foi a imprensa. Embora tivessem cometido alguns excessos, a partir da entrevista de Pedro Collor à revista Veja, os meios de comunicação foram até o fim.


Passados sete anos, eis Collor de Mello de volta. E nos braços de quem? Nos braços da mesma mídia. A propósito de quê? Da festinha do seu níver.


Esse retorno desvenda um dos aspectos mais empobrecedores da nossa mídia: a ânsia de criar mitos, destruí-los e logo em seguida revivê-los. De Adriane Galisteu com o seu transcendental divórcio que tanto ocupa os jornalistas ao retorno de Collor fica claro que nossa mídia está patinando: entregou-se ao mercado e o mercado puxa-a para baixo. O problema é cultural ou econômico? É cultural e econômico.


Amanhã a comissão especial da Câmara dos Deputados vai votar uma importante alteração na Constituição: trata-se do artigo 222 da Constituição que obriga as nossas empresas jornalísticas a conservarem-se como empresas familiares. Pretende-se evitar que as empresas jornalísticas possam abrir o seu capital.


Se continuarem como estão, descapitalizadas e fechadas, continuarão a recorrer aos truques de marketing incensando as pequenas celebridades.


Este Observatório dá hoje um passo importante como veículo nacional: estamos incluindo a praça do Recife, ao vivo, em nossa rede de postos de observação. E do Recife vamos trazer uma discussão sobre as tumultuadas relações entre imprensa e poder.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm