‘e ae galera eu tenhu péssimas notícias, a p… do blig naum deixa mas nós mexermos no layout, agora naum posso arruma-lo, nem troca-ló , nem fazer nada!! =( Estou procurandu outro servidor mas tá dificil, blogger tem q pagar, weblogger só da pau… eu não sei axu q o srta. cobain vai falir, acabar…pow q droga, hein? O que esse blig quer meu…to mto p… com ele!! Faz um bom tempo q eu já tenhu esse blog, né meu? Não é justo…axu q em breve ele vai acabar…naum tá certo , dá moh trsiteza…se vc ae tiver uma sugestão, quiser me ceder uma conta (rsrs) , entre em contato pleasee…issu é f…o blig não presta , buá buá! Nem fazer um blog legal a gente podi mais’
O desabafo reproduzido acima foi publicado por Letícia Pavan no seu blog Senhorita Cobain (http://senhoritaacobain.blig.ig.com.br/). Ele traduz a indignação dos usuários do serviço de blogs Blig (http://blig.ig.com.br), mantido pelo misto de portal e provedor de acesso iG. A exemplo do que ocorreu com um de seus principais concorrentes nacionais (o Blogger Brasil, da Globo.com [ver remissão abaixo]), houve uma mudança radical nos termos de utilização.
Em resumo, o Blig diminuiu o limite de tamanho para seus blogs. Antes, o usuário comum tinha direito a 3MB. A partir de agora, o espaço será limitado a 1MB. Além disso, não será mais possível trocar o template, ou seja, o blogueiro deve se contentar com o design oferecido pelo próprio serviço. Ao mesmo tempo, foi criada uma nova versão chamada Blig Turbo. Nela, é possível aproveitar-se de vários recursos a mais. O tamanho máximo de armazenamento é de 10MB, além de outros serviços suplementares, como informativo de estatísticas, aviso automático de atualização, contador de visitas, entre outros. Quem optar por tudo isso terá de pagar uma taxa de hospedagem de R$ 9,90/mês.
Um dos insatisfeitos com a nova fase do Blig é Rafael Gushiken, que hospedava nele o PoeT-Fool. É mais um caso de usuário que aposta num tipo de serviço e tem a confiança quebrada. ‘Escolhi o Blig simplesmente por apresentar na época mais facilidades de manuseio para a publicação e edição em HTML. Outro fator que me atraiu foi a gratuidade do serviço’, explica Gushiken. Ele mantinha seu blog no hospedeiro há mais de um ano.
‘Achei tudo muito radical, pois foi comunicado indiretamente a mim que eu deveria assinar o serviço Blig Turbo. Além de um e-mail que me foi mandado avisando sobre as restrições, eles inabilitaram a edição de HTML do blog. Aí, foi a gota d’água para eu mudar de hospedeiro’, diz Gushiken. Desde o primeiro dia do mês de abril, o PoeT-Fool está de casa nova, agora no UOL Blog (http://poetfool.zip.net). ‘Testei vários outros serviços. Também pedi opiniões de amigos. Cheguei ao UOL Blog justamente pela disponibilidade gratuita, que me oferecia muito mais ferramentas de manuseio em relação às que eu usava no Blig’.
Critérios indefinidos
Quando tomou conhecimento das alterações, Gushiken não tentou qualquer tipo de contato com o Blig. ‘Já tinha em mente que não adiantaria mesmo discutir sobre algumas coisas de que eu discordava daquilo que foi imposto por eles. Minha resposta para tudo isso foi desistir da hospedagem, que é algo muito mais fácil de fazer’, afirma.
O Laboratório Pop não obteve sucesso nas tentativas de contato com alguém do iG para comentar as mudanças do Blig. Uma reportagem publicada no caderno de informática do Jornal da Tarde (SP) no dia 1º de abril trouxe algumas declarações de Ricardo Murer, co-gestor do serviço. Ele disse que as medidas foram de adequação ao sistema. Sobre a limitação para a troca do lay-out dos blogs, justificou: ‘Algumas vezes, o internauta troca o desenho por um mais pesado e isso prejudica o tráfego na rede’. Fica no ar, no entanto, a seguinte questão: por que esse problema não foi pensado em seu lançamento?
Outro fator que pesou para que Rafael Gushiken deixasse de usar o Blig foi aquilo que ele chama de ‘itens de proibição de publicação’. Na verdade, trata-se dos ‘Termos do Blig’, em que o hospedeiro determina as regras para o uso do serviço. Alguns itens são indiscutíveis, como aquele que determina a proibição de ‘material calunioso, que atribua falsamente a alguém fato definido como crime, afirmações injuriosas que ofendam a dignidade ou decoro de alguém bem como afirmações difamatórias, imputando a alguém fato ofensivo à sua reputação’. Outro, já deixa alguma margem a dúvidas, como o que não permite ‘inserir material que (…) careça de verdadeiro valor cultural, literário, artístico, político, educacional ou científico’. Nesse caso, não ficam claros os critérios para se decidir quais seriam esses valores.
À parte dessa discussão, Gushiken tem vários projetos para essa nova fase do PoeT-Fool. ‘Quero torná-lo mais dinâmico, dando a ele um formato de e-zine e o transformando num blog comunitário com um amigo meu, o Lou, que já tem um fotolog (http://www.fotolog.net/uselink/).
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Jornalista, colaborador do Laboratorio Pop; blog pessoal: