A partir desta semana, os militares norte-americanos no exterior, especialmente os destacados para o Afeganistão e Iraque, não terão mais acesso à uma lista de 10 sites cujo conteúdo é basicamente criado por usuários. O Pentágono explicou que a medida visa economizar largura de banda, mas o jargão técnico não esconde a clara intenção de evitar que soldados vejam, através do YouTube, cenas filmadas por amadores mostrando o drama das populações civis afetadas pela ocupação norte-americana no Iraque e no Afeganistão. A censura disfarçada nivela o Pentágono a vários outros países do mundo onde as autoridades tentam controlar o acesso à internet temendo as conseqüências políticas da diversidade de opiniões e posicionamentos publicados na rede. Os Estados Unidos sempre criticaram a China pela censura à internet e agora usam o mesmo expediente. Há pouco mais de um mês, o comando militar norte-americano limitou severamente a possibilidade de soldados nos fronts de guerra publicarem blogs e participarem de debates ou fóruns pela internet. Até mesmo o correio eletrônico dos soldados e oficiais passou a ser controlado pelo Pentágono. Curiosamente, a media do Pentágono coincide com a enorme popularidade alcançada na Web pelo site
Os vídeos são produzidos pela empresa Chat The Planet , de Nova Iorque, e foram oferecidos, sem sucesso, às redes de televisão da Europa e dos Estados Unidos, durante quase seis meses.
No YouTube, os episódios da série Hometown Bagdad já foram vistos por mais de três milhões de pessoas no mundo inteiro e geraram quase 50 fóruns de discussão, comunidades Orkut e páginas no MySpace, onde internautas, em sua maioria jovens, discutem sobre o Iraque.
Paradoxalmente, o Pentágono está publicando, desde o início deste ano, no mesmo YouTube, vídeos mostrando ações militares contra insurgentes iraquianos, como parte de um esforço de propaganda.