Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Não é todo dia que a revista Newsweek, a segunda maior do mundo, coloca o Brasil na capa. Há exatos dois meses, em 15 de janeiro, tivemos este privilégio. Mas por motivos nada meritórios. A propósito da tragédia de 30 de dezembro no estádio do Vasco no Rio de Janeiro, o semanário americano deu uma dramática chamada de capa apontando a corrupção, a cobiça e os enormes egos dos dirigentes como causas da ruína do futebol brasileiro.
De lá para cá muita coisa aconteceu: um dos principais protagonistas do episódio em São Januário, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, ganhou as manchetes e as duas CPIs sobre o futebol deixaram o círculo restrito da política para converterem-se em assunto nacional.
Neste intervalo, apareceu sobretudo um novo personagem na história: a mídia. E quando a mídia converte-se em personagem de alguma história tudo ganha nova dimensão.
Eurico Miranda jamais gostou de críticas. É uma das suas marcas registradas. Em represália ao que sobre ele se divulgou resolveu proibir a entrada de diversos jornalistas nas instalações do Vasco da Gama. Foi mais longe: tentou humilhar a Globo mandando que seus jogadores usassem na camisa o logotipo do SBT na partida final da Copa João Havelange. A Globo revidou tornando públicas muitas histórias que apareciam apenas nos bastidores. Este caso transcende ao esporte e transcende à pendência entre Eurico Miranda e a Globo.
A imprensa brasileira durante muito tempo fechou os olhos ao que se passava nos bastidores do futebol. E muita coisa aconteceu nas suas barbas. Agora a imprensa terá que cumprir o seu papel. Nada pode ficar esquecido, nada poderá ficar escondido.
Ao trazer o polêmico deputado Eurico Miranda a este programa não pretendemos entrar na linha dos programas de auditório a que o deputado tem comparecido. Até agora suas aparições servem mais para confundir do que para esclarecer. Aqui, neste Observatório da Imprensa, esperamos que ele discuta o papel da imprensa e não apenas o papel da Globo.
Como deputado num regime democrático imaginamos que Eurico Miranda acredita na democracia e se acredita na democracia terá que aprender a discutir.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm